Polícias capturam 125 suspeitos de envolvimento com ataques no Ceará

O número consta no balanço da Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS). Em parceria com as polícias militar, civil e federal, a Pasta estadual realiza operações para conter o cenário de violência

Escrito por Redação , seguranca@verdesmares.com.br
Legenda: Na manhã de ontem, 38 adultos foram presos em uma operação
Foto: FOTO: HALISSON FERREIRA

Ainda que em menor intensidade, o fogo continua deixando marcas de destruição em Fortaleza, Região Metropolitana e interior. As forças de segurança do Ceará, porém, têm se mobilizado de forma incisiva para conter as cenas de violência. Até a noite de ontem (27), oitavo dia consecutivo de ataques, policiais militares e civis capturaram 125 pessoas, sendo 32 adolescentes, suspeitas de participação nas investidas criminosas. A informação é da Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS).

Do total de detidos, 38 adultos foram presos e 6 menores de idade apreendidos durante a Operação Eirene, deflagrada pela Polícia Civil nesta sexta-feira, cujo nome faz alusão à deusa grega que personifica a paz. O grupo é suspeito de integrar a facção Guardiões do Estado (GDE), que teria ordenado os ataques. Segundo o titular da SSPDS, André Costa, mais de 130 policiais em 30 viaturas participaram do cumprimento dos mandados.

Já na Operação Torre, na última quinta-feira (26), Polícia Federal e o Grupo de Atuação Especial de Combate às Organizações Criminosas (Gaeco) do Ministério Público do Ceará (MPCE), com apoio do Departamento Penitenciário Nacional (Depen) e da SSPDS, chegaram ao nome de cinco líderes da GDE que já estavam presos e capturam um sexto, suspeito de executar os crimes de identidade não revelada pelo órgão.

Francisco Tiago Alves do Nascimento, 'Magão'; Marcos André Silva Ferreira, 'Branquinho' ou 'Dedé'; Yago Steferson Alves dos Santos, 'Supremo' ou 'Gordão'; Deijair de Souza Silva, o 'Mestre' ou 'De Deus'; e Ednal Braz da Silva, o 'Siciliano', são apontados pela Polícia como os mandantes dos ataques e integrantes da alta cúpula da facção.

Transferências

Além das prisões, a Secretaria da Administração Penitenciária (SAP) isolou os chefes do grupo criminoso. Em tempo, 507 internos já foram remanejados. A primeira leva aconteceu na última terça-feira (24), quando 257 detentos foram transferidos para presídios federais, seguidos de 150 na quarta-feira (25) e outros 100 na quinta-feira (26), estes últimos realocados dentro das próprias unidades. 'Siciliano', preso em Pernambuco, foi o último a ser transferido ontem. O suspeito foi encaminhado para o Presídio Federal de Segurança Máxima de Mossoró.

Um pedido do MPCE, requerido ontem em regime de urgência ao Poder Judiciário, solicita a transferência para presídios federais de 12 presos com suposto envolvimento nos ataques. O órgão justificou que os homens "exercem posição de comando dentro da facção" e possuem "vastas fichas criminais".

"Eles não vão conseguir regalia nenhuma dentro dos presídios e nada do que eles querem, a não ser serem recolhidos para esse mesmo sistema penitenciário e sofrer todo o rigor que a lei exige", reforçou André Costa, durante entrevista à imprensa na sede do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), na manhã de ontem.

Prejuízos

Apesar do combate direto, o crime organizado ainda se mostra resistente ao aparato policial. Do dia 20 de setembro (sexta-feira) até ontem, o Estado acumulava 94 ataques em 27 das 184 cidades cearenses. As ações criminosas atingem prédios privados, veículos pessoais, coletivos e escolares, além de equipamentos de uso público.

Dentre os últimos ataques, figura uma série de incêndios, como os registrados a caminhões na BR-222, em São Luís do Curu, e na Avenida Vicente de Castro, no Cais do Porto, e um ônibus escolar na Rua Maria Júlia, no bairro Bom Jardim, em Fortaleza.

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