Operações do MPCE prendem integrantes das facções GDE e PCC

Ao total, 26 mandados de prisão foram cumpridos, ontem, contra comparsas de líderes das facções, que atuariam como gerentes, 'laranjas' e até executores dos crimes. Novas iniciativas são desdobramentos de outras investigações

Escrito por Redação , seguranca@verdesmares.com.br
Legenda: Ministério Público teve apoio da SSPDS, da Polícia Civil e da SAP, na deflagração das operações

Duas novas investidas do Ministério Público do Ceará (MPCE), com apoio das Forças de Segurança do Estado, foram deflagradas na madrugada de ontem com o objetivo de desarticular ações de comando da facção criminosa Guardiões do Estado (GDE) e de uma célula do Primeiro Comando da Capital (PCC) que atuam no Estado. As operações Jericó II e Saratoga/Bom tinha alvos no Ceará e em presídios de segurança máxima em Catanduvas, no Paraná, e em Taubaté, São Paulo.

De acordo com o MPCE, foram cumpridos 26 mandados de prisão preventiva e 25 mandados de busca e apreensão. As ordens judiciais foram deferidas pela Vara de Delitos de Organizações Criminosas da Comarca de Fortaleza, da Justiça Estadual. Outros seis mandados de prisão não foram cumpridos, e os alvos são considerados foragidos.

As investigações do Grupo de Atuação Especial de Combate às Organizações Criminosas (Gaeco) tiveram início a partir do tráfico de entorpecentes e crimes relacionados, praticados na Região Metropolitana de Fortaleza (RMF). O avanço dos trabalhos levou à descoberta de que os líderes dos grupos criminosos contavam com o auxílio de diversos parceiros. Estes atuariam em funções como gerentes das "bocas" de tráfico, "correrias" - alcunha para soldados do tráfico - e até "laranjas" que forneciam suas contas bancárias para a movimentação do dinheiro das facções.

Além disso, alguns faccionados executavam outros crimes, como homicídios, ameaças, assaltos e adulteração de veículos, para fornecer recursos para as organizações criminosas. As apurações também apontam que alvos estavam envolvidos nos ataques a antenas de telefonia no Ceará, registrados em abril deste ano.

Mandados

Ao todo, 13 mandados foram cumpridos em Fortaleza; oito no sistema penitenciário cearense; dois em Caucaia; um em Maracanaú; um em um presídio de Taubaté (SP) e outro na Penitenciária Federal de Catanduvas (PR). A identidade dos alvos não foi revelada, devido ao sigilo de Justiça.

O cumprimento dos mandados contou com apoio da Coordenadoria de Inteligência (Coin) da Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS); do Departamento Técnico Operacional (DTO), da Polícia Civil; da Coordenadoria de Inteligência da Secretaria de Administração Penitenciária (SAP); e do Gaeco do Ministério Público de São Paulo.

Origem

As duas ações são desdobramentos de outras operações realizadas pelo Gaeco contra as facções criminosas no Estado. A primeira fase da Saratoga foi deflagrada em dezembro de 2017 contra membros do Primeiro Comando da Capital. Na ocasião, foram cumpridos 46 mandados de prisão, inclusive contra policiais civis e militares e uma advogada, por suspeita de envolvimento com a facção.

Em junho deste ano, a Operação Saratoga II objetivou o cumprimento de 34 mandados de prisão e mais 34 de busca e apreensão, contra mais integrantes do PCC, em Fortaleza, Aquiraz, Baturité e nos sistemas prisionais do Ceará e do Acre. Segundo o Gaeco, a facção tinha comando e seguidores baseados na região do bairro da Maraponga, na Capital.

Já em agosto, a Operação Jericó identificou um esquema criminoso com 18 suspeitos também ligados ao PCC. Conforme a investigação, entre novembro de 2018 e fevereiro de 2019, os investigados praticaram crimes como tráfico de drogas, associação para o tráfico, comércio irregular de arma de fogo e planejamento de homicídios e ataques a agentes e a equipamentos públicos, no Ceará.

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