Operação desarticula braço do CV sediado na região da Maraponga

Quadrilha é suspeita de tráfico de drogas e homicídios e atua na Capital, Região Metropolitana e interior do Estado. Mandados deferidos pela Vara de Delitos de Organizações Criminosas foram cumpridos em residências e presídios

Escrito por Redação , seguranca@verdesmares.com.br
Legenda: O braço do CV é sediado no bairro Maraponga, na Capital, e atua também na Região Metropolitana e Interior
Foto: FOTO: YAGO ALBUQUERQUE

Uma investigação do Ministério Público do Ceará (MPCE) e da Coordenadoria de Inteligência (Coin) da Secretaria de Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS) resultou na desarticulação de um braço da facção criminosa Comando Vermelho (CV) que atua no Ceará e tem como base as adjacências do bairro Maraponga, na Capital. A quadrilha é suspeita de tráfico de drogas e homicídios.

A Operação Saratoga II, deflagrada ontem, cumpriu 34 mandados de prisão preventiva e 34 mandados de busca e apreensão contra a organização criminosa, nos municípios de Fortaleza, Aquiraz e Baturité e nos sistemas penitenciários do Ceará e do Acre. A identificação dos alvos da investigação não foi revelada, devido ao sigilo de Justiça do processo.

As apurações foram realizadas pelo Grupo de Atuação Especial de Combate às Organizações Criminosas (Gaeco), do MPCE, e as ordens judiciais foram deferidas pela Vara de Delitos de Organizações Criminosas da Comarca de Fortaleza. A Coordenadoria de Planejamento Operacional (Copol) da SSPDS - com a participação de 70 policiais civis - e a Coordenadoria de Inteligência (Coint) da Secretaria de Administração Penitenciária (SAP) cumpriram os mandados nas ruas e nos presídios.

Outra facção

Na primeira fase da Operação Saratoga, deflagrada em dezembro de 2017, o alvo era um braço da facção Primeiro Comando da Capital (PCC), que envolvia policiais e uma advogada. Foram presos um delegado e um escrivão da Polícia Civil, um sargento da Polícia Militar e chefes da organização criminosa.

Conforme a investigação do MPCE e da SSPDS, os servidores se utilizavam das funções públicas em troca de favores. O delegado Francisco Enéas Barreira Maia, então delegado da Metropolitana de Caucaia, em conluio com os outros policiais, teria liberado suspeitos presos em flagrante mediante a pagamento.

Em um dos casos de corrupção, Francisco Enéas teria recebido R$ 20 mil do PCC para liberar Francisco Rufino Silva Filho, o 'Chiquim', preso em flagrante por tráfico de drogas, em 14 de abril de 2016. Ele foi levado à Delegacia, pela Polícia Militar, junto de Felipe da Silva Maia, com 5 kg de crack e 600 g de cocaína.

Entretanto, 'Chiquim' terminou apontado como testemunha da ocorrência, enquanto o comparsa respondeu sozinho pelo crime. As negociações para liberar o preso foram demandadas por dois chefes do Primeiro Comando da Capital, os primos Francisco Márcio Teixeira Perdigão (que lidera o tráfico de drogas principalmente na região do Bom Jardim, em Fortaleza) e Leandro de Sousa Teixeira (líder da facção em Caucaia). O policial militar Dickson Ferguson Soares de França e a advogada Alexandrina Cabral Pessoa, casados, teriam sido a ponte entre a facção Primeiro Comando da Capital e o delegado.

'Saratoga' é uma alusão a um porta-aviões norte-americano que, em um filme ficcional, serviu de base para o combate a criaturas subterrâneas, que, para o MPCE, assemelham-se a indivíduos que atuam na clandestinidade e praticam crimes à margem da lei e da ordem.

 

 

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