Tribunal de Justiça manda soltar médico suspeito de atirar pedra na cabeça de bebê no Crato

Alcides Muniz Gomes de Matos Filho havia sido preso na manhã de quinta-feira (28). A determinação para a soltura do suspeito é do desembargador Durval Aires Filho, do Tribunal de Justiça do Ceará (TJCE)

Escrito por Redação ,
Legenda: Bebê está internado e seu estado de saúde é considerado estável
Foto: Foto: Arquivo pessoal

O médico suspeito de ter atirado uma pedra num bebê de um ano, durante uma briga com o pai da criança, no Município do Crato, no último dia 19 de fevereiro, teve alvará de soltura expedido na tarde desta segunda-feira (4) por determinação do desembargador Durval Aires Filho, do Tribunal de Justiça do Ceará (TJCE).  O médico Alcides Muniz Gomes de Matos Filho havia sido preso na manhã de quinta-feira (28), enquanto praticava atividade física em uma academia na Região do Cariri.  

O magistrado, que está no plantão de Carnaval do TJCE nesta segunda-feira, concedeu o pedido da defesa impetrado pelos advogados Leandro Duarte Vasques, Rodrigo Ferreira Gomes e Kueily Cristiane Muniz Bezerra. O desembargador determinou o relaxamento da prisão com a aplicação de medidas cautelares como o monitoramento eletrônico por tornozeleira. A ordem de soltura já foi expedida e o médico deve ser solto nas próximas horas. 

Conforme a decisão do desembargador plantonista, Alcides Muniz deverá “comparecer ao Juízo a cada 30 (trinta) dias para informar e justificar atividades; abster-se de se aproximar ou manter contato com quaisquer pessoas envolvidas no fato (vítimas, testemunhas, entre outros); não deixar a Comarca sem autorização do Juízo a quo; recolher-se ao seu domicílio no período noturno ou nos dias de folga, e ser monitorado eletronicamente”. O médico está recolhido na Penitenciária Regional do Cariri (Pirc).  

Para o advogado Leandro Vasques, “apesar do indesejado desfecho é de uma clareza solar que o médico Alcides não intencionava jamais atingir o filho de seu oponente com o torrão de barro que arremessou, merecendo registrar que o médico defendia-se de uma agressão injusta na medida em que havia sido esfaqueado pelo pai do menor com uma arma branca.” Vasques afirmou ainda que a defesa agora vai aguardar “a marcha do procedimento para o médico demonstrar cabalmente que se defendia e que a lesão no menor se deu por erro de execução”. 

O caso 

O bebê foi atingido na cabeça por uma pedra durante uma discussão entre o médico e o pai, que é ex-funcionário do suspeito e cobrava uma dívida com o ex-patrão. Em depoimento na Delegacia Regional do Crato, o pai disse que foi com a esposa e o filho a uma propriedade para fazer uma cobrança no valor aproximado de R$ 1 mil, referente a serviços prestados ao suspeito, que além de médico também é empresário. Os dois acabaram discutindo por causa da dívida e entraram em luta corporal.  

Em depoimento, o pai da criança disse que o médico o espancou com um pedaço de madeira. Ele então reagiu, ferindo o suspeito com um canivete. A esposa da vítima, ao ver a discussão, aproximou-se dos dois com a criança nos braços. 

Foi quando, ainda segundo o relato, o médico atirou uma pedra na mulher e o objeto acabou atingido a cabeça do bebê. Quando o pai da criança virou as costas para socorrer o filho, foi atingido nas costas por uma paulada e um choque de taser elétrico. 

O pai da criança conseguiu correr para o veículo com a mulher e o filho. Eles foram ao hospital de Barbalha, onde o bebê deu entrada, desacordado. Após exames, o hospital confirmou que o bebê sofreu traumatismo. 

A criança foi internada em estado grave, com traumatismo craniano na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital Maternidade São Vicente, em Barbalha. Ela passou por um novo procedimento cirúrgico na noite da última quarta-feira (27). De acordo com o delegado Diogo Galindo, da Delegacia Regional do Crato, o médico deve responder por lesão corporal grave (contra a criança) e tentativa de homicídio (contra o pai). 

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