TJCE nega habeas corpus a gerente do Banco do Brasil preso por furto milionário

A defesa do preso afirmou que irá contestar a prisão no Superior Tribunal de Justiça (STJ)

Escrito por Redação ,
Legenda: Investigação se utilizou de imagens de câmeras de monitoramento para concluir que os gerentes participavam do esquema criminoso
Foto: Foto: Reprodução

Dois gerentes do Banco do Brasil, acusados de participar de uma fraude milionária à Instituição em agosto deste ano, no Interior do Estado, continuam presos. O Tribunal de Justiça do Ceará (TJCE) recusou um pedido de habeas corpus formulado pela defesa de um deles, Celso Luiz Grillo de Lucca, no último dia 12 de novembro.

A 3ª Câmara Criminal do TJCE foi unânime em negar o pedido. Conforme a decisão, "afigura-se necessária a manutenção da segregação preventiva, garantindo-se a ordem pública e assegurando-se a aplicação da lei penal". E a liberdade do réu poderia "obstaculizar as investigações".

Os desembargadores afirmam que a decisão se justifica pela "gravidade e a complexidade do caso em discussão, notadamente pelo elevadíssimo valor que seria objeto do golpe (quase R$ 60 milhões de reais) e pela divisão de tarefas, existindo, inclusive, pessoas responsáveis pela lavagem do dinheiro, o que indica profissionalismo criminoso, consubstanciado em um bem arquitetado projeto delituoso".

A defesa do gerente do BB pediu que o cliente cumprisse prisão domiciliar, para realizar o tratamento de uma doença, mas não convenceu a 3ª Cârama Criminal. "Destaco que os impetrantes (advogados) não demonstraram a sua imprescindibilidade, vale dizer, não comprovaram, de forma inequívoca, que o paciente está extremamente debilitado por motivo de grave doença nem tampouco fizeram prova da impossibilidade de o paciente receber tratamento no estabelecimento prisional onde se encontra custodiado", concluíram os magistrados.

Defesa afirma que gerente foi vítima de extorsão

O advogado Hélio Leitão, representante de Celso Luiz, informa que irá recorrer ao Superior Tribunal de Justiça (STJ). "O Celso é inocente e reúne todas as condições para responder o processo em liberdade. Ele tem endereço certo, profissão definida, não se furtou a nenhum ato da investigação, sempre esteve à disposição da Justiça e é um funcionário de carreira do Banco. A prisão preventiva não se justifica", acredita.

Conforme o defensor, Celso "é vítima de extorsionários". Ele e o também gerente do BB, Pedro Eugênio Leite Araújo, alegam que foram ameaçados por criminosos para transferir os R$ 60 milhões, nas agências dos Municípios de General Sampaio e Tejuçuoca, consequentemente. A dupla foi presa no dia 29 de agosto deste ano.

O mineiro Jeferson Alves Ferreira é o terceiro réu do processo. Ele teria articulado os crimes diretamente com os gerentes, segundo o Ministério Público do Ceará (MPCE). Em seu interrogatório, o acusado confessou a trama criminosa e garantiu que os dois servidores públicos estavam envolvidos. Para movimentar a alta quantia, precisava da assinatura digital de dois gerentes do Banco do Brasil.

Dois gerentes do banco e outro homem viraram réus pelos crimes

Os três homens viraram réus no processo por estelionato, furto qualificado, lavagem de dinheiro e associação criminosa, quando o juiz José Cleber Moura do Nascimento, da Comarca de Pentecoste, aceitou a denúncia formulada pelo promotor de Justiça Jairo Pequeno Neto, no dia 1º de outubro último.

Conforme a denúncia, o trio criou um débito na agência de General Sampaio e creditou o alto valor em uma conta-poupança em São José do Rio Preto, no interior de São Paulo e em contas de familiares dos gerentes. A superintendência do Banco do Brasil estranhou a movimentação, que não teve uma comunicação prévia, e contactou a Polícia. Ao perceber que seriam descobertos, os acusados teriam procurado o departamento de segurança do BB e forjado uma narrativa de sequestro que durou três dias.

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