Serviços de mobilidade e limpeza urbana são afetados pelos ataques 

Apesar do fluxo normal nos terminais, passageiros queixaram-se de atrasos dos ônibus. Na Avenida Leste-Oeste, caminhões de lixo circularam pela primeira vez, desde a última sexta-feira (4)

Escrito por Bárbara Câmara , barbara.camara@diariodonordeste.com.br

Com a incerteza pairando sobre as ruas, Fortaleza e municípios do Interior do Estado chegaram ao 6º dia de ataques criminosos. Apesar do receio, a população da Capital retomou a rotina na segunda-feira (7) com percalços na limpeza urbana, e, por vezes, no transporte público. 

Na Avenida Bezerra de Menezes, as linhas que circulam dentro do corredor exclusivo de ônibus, o BRT, tiveram os veículos substituídos por carros mais antigos, sem portas do lado esquerdo, que param nos pontos normais. A situação foi observada em, pelo menos, cinco linhas: 26, 28, 71, 200 e 222. 

O fluxo de passageiros e ônibus foi normal durante a manhã no terminal da Parangaba. Agentes da Força Nacional estiveram presentes no local por volta de 8h30, em duas viaturas. Policiais também embarcaram em veículos prestes a deixar o terminal. Conduções do metrô e do Veículo Leve sobre Trilhos (VLT) funcionaram normalmente. 

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Apesar da tranquilidade aparente, a movimentação no terminal do Conjunto Ceará foi marcada por reclamações de atraso dos ônibus. Para chegar ao seu local de trabalho, na Praia do Futuro, Vanderlei Miranda, 49, aguardava a linha 045 lamentando a demora. “As corridas no Uber estavam cobrando o triplo, não tinha a menor condição. Fiquei no prejuízo sem trabalhar, porque as contas só acumulam, né? Estou voltando hoje”, diz. No bairro Curió, pessoas queixavam-se dos motoristas de ônibus que, ao invés de seguirem até o fim da linha, paravam em um posto de gasolina na Avenida Odilon Guimarães e solicitavam a descida dos passageiros. 

“Isso nunca tinha acontecido, foi a primeira vez, e logo com esses ataques. A gente tem que andar cinco quarteirões até o fim, é muito perigoso”, relata Elisete da Costa, 51. 

Dejetos

Além da mobilidade urbana, a coleta de lixo também foi afetada pela onda de ataques. Na Avenida Leste-Oeste, moradores viram caminhões de coleta circular pela via pela primeira vez desde a última sexta-feira (4), o que resultou no acúmulo de dejetos no canteiro que divide as duas pistas da avenida. “As pessoas passam por aqui e é impossível não notar, é desagradável mesmo”, afirma o marceneiro José Marcos, 43, que presenciou a formação de um ponto de lixo em frente a seu estabelecimento.

“O tanto de sacos de lixo que tinha aqui chegou a atrair ratos, que entraram na casa das pessoas. Passou a ter mais muriçoca dentro de casa, também”, revela o vendedor Marcos Coelho, 46. O funcionamento da coleta, conforme garante o coordenador especial de Limpeza Urbana da Secretaria Municipal de Conservação e Serviços Públicos (SCSP), Albert Gradvohl, se dá de maneira normal, mas em áreas estratégicas. Ele afirma que, apesar dos registros de ataques, a atividade não foi suspensa em nenhum momento.

“Estamos trabalhando em comboio. Existem algumas áreas mais prejudicadas. Queimaram três caminhões, então houve a necessidade de bloquear o cronograma. No dia seguinte, compensamos com o aumento da frota”, diz.

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