Quadrilha que vendia apartamentos do MCMV prometia bloco '17' exclusivo para PMs

Segundo o delegado, os criminosos utilizavam a informação como um atrativo de segurança para o local

Escrito por Redação ,
Legenda: Polícia Civil apreendeu R$ 8,8 mil em espécie, documentos, aparelhos celulares e notebooks, com os suspeitos presos
Foto: Foto: Leábem Monteiro

A quadrilha que vendia apartamentos do programa Minha Casa Minha Vida (MCMV), da Prefeitura de Fortaleza, se utilizava do atrativo de que existia um bloco, o '17', voltado apenas para policiais militares, para seduzir novos compradores. Cinco suspeitos de coordenar a associação criminosa foram presos pela Polícia Civil na última sexta-feira (2).

O titular da Delegacia de Defraudações e Falsificações (DDF), delegado Jaime de Paula Pessoa Linhares, afirma que a  Associação Realizando Sonhos ludibriava as vítimas: "A presidente da Associação dizia que tinha um bloco somente voltado para policiais militares. Com isso, as pessoas iam obter uma segurança e proteção, não ia ter invasão de facção. Já temos notícias, sim, de alguns policiais militares que também adquiriram suas inscrições, na esperança também de ter a casa própria".

A DDF está recebendo mais vítimas do golpe, desde o início desta terça-feira (6), após a divulgação da prisão da quadrilha, na segunda (5). Foram capturados a presidente da Associação, Ana Paula Clemente da Silva, de 38 anos, e os colaboradores Sérgio Luiz Ferreira Rios Filho, 27, Wellington Fábio Lima da Costa, 27, Emerson Bento de Souza, 40, e Maria Clemilda Vasconcelos, 34.

Prejuízo de até R$ 10 mil

A Polícia Civil chegou até o esquema criminoso a partir de denúncia da Secretaria Municipal do Desenvolvimento Habitacional (Habitafor). O grupo captava pessoas interessadas em adquirir a casa própria e se sujeitava a pagar por um apartamento do Minha Casa Minha Vida. Segundo o delegado Jaime Linhares, o prejuízo das vítimas vai de R$ 500 a R$ 10 mil, até o momento.

A operadora de caixa Aimê Marques Vaz foi uma das vítimas do golpe. Ela conta que uma amiga, que também estava participando do programa, quem indicou e disse que bastava pagar a entrada, preencher os dados e aguardar os 15 dias para assinar o contrato. A facilidade surpreendeu Aimê, que pagou R$ 2 mil. "Passaram os 15 dias, meu marido foi buscar o contrato e ela (funcionária) disse que não tinha chegado. Eu pensei em desistir. Dois dias depois, ela me chamou para assinar o contrato", relata.

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