Professores e colegas fazem ato na escola de adolescente que morreu em abordagem policial

Professores e membros de um Coletivo de Juventude Negra buscam atendimento psicológico para os estudantes.

Escrito por Redação ,
Foto: Reprodução

Colegas e professores de Juan, adolescente que morreu em uma abordagem policial na última sexta-feira (13), prestaram homenagem ao jovem na manhã desta segunda-feira (16). O ato foi realizado na Escola Municipal Maria Felício Lopes, onde Juan estudava, no Bairro Cais do Porto. Professores e movimentos sociais estão se mobilizando para garantir atendimento psicológico para os alunos da instituição.

O ato foi organizado pelos professores da escola e pelo Coletivo Nacional de Juventude Negra Enegrecer, que realizaram um momento de acolhida para os alunos das 12 turmas de Ensino Fundamental da escola. Alguns estudantes e professores vestiam roupas brancas e soltaram balões com mensagens de paz. O coletivo realizou uma dinâmica com os alunos, para eles escreviam recados para Juan e sonhos que eles têm. 

Membros do coletivo foram à Coordenadoria de Articulação da Comunidade e Gestão Escolar, da Secretaria Municipal de Educação (SME) de Fortaleza para pedir investimentos no suporte emocional e psicológico dos adolescentes que estudam na instituição de ensino.

Juan Ferreira dos Santos morreu após levar um tiro de um policial que estava em uma abordagem em uma praça do Vicente Pinzón. Segundo os pais de Juan, ele foi atingido na cabeça, de costas, enquanto estava em uma reunião com amigos. De acordo com os agentes que estavam na ocorrência, o soldado efetuou disparos para o chão, que atingiram o adolescente. O policial autor do disparo está detido no Presídio Militar. 

De acordo com o professor de geografia da sala de Juan, Thiago Oliveira, os colegas de adolescente, que têm entre 12 e 13 anos de idade, estão muito sensíveis e indignados. O professor afirmou que quase todos os estudantes compareceram à escola nesta segunda, mas que o espaço das aulas foi destinado para reflexão. 

"A gente foi pra sala. Mas acredito que ficamos mais conversando, fazendo dinâmicas e nós consolando mutuamente, momentos de abraços e aconchego. Essa hora é bom ter o apoio de amigos", conta o professor.

Thiago afirmou que os professores da EM Felício Lopes também estão se mobilizando para levar atendimento psicológico para os alunos, principalmente os que estudavam na sala de Juan. 
 

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