Operação cumpre 35 mandados de prisão contra facção em Fortaleza e outras 7 cidades do Ceará

Além de Fortaleza, operação nacional também cumpre mandados nos municípios de Independência, Sobral, Juazeiro do Norte, Groaíras, Aquiraz, Maracanaú e Pacatuba. 

Escrito por Redação ,
Legenda: Foi descoberto um complexo esquema criminoso composto, em sua maioria, por membros de posições de comando dentro da facção PCC
Foto: Thatiany Nascimento

Uma operação nacional contra uma facção criminosa cumpre, nesta quinta-feira (15), 35 mandados de prisão e 29 de busca e apreensão nas cidades de Fortaleza, Independência, Sobral, Juazeiro do Norte, Groaíras, Aquiraz, Maracanaú e Pacatuba. Até as 10h desta manhã, 25 mandados haviam sido cumpridos. Destes, 15 eram contra pessoas já detidas no sistema prisional do Estado. Dos outros 10, sete foram cumpridos no Interior e três na Capital. Seis pessoas não foram localizadas e quatro estão foragidas, de acordo com o Ministério Público do Ceará (MPCE), que coordena a investigação no Estado. 

Além dos mandados cumpridos, mais uma pessoa foi presa em flagrante por porte ilegal de arma durante a execução da operação, que no Ceará foi dividida em duas, batizadas de "Jericó” e “Al Qaeda”. 

. A ação conjunta foi planejada pelo Grupo Nacional de Combate às Organizações Criminosas (GNCOC), do Ministério Público. As investigações estão sendo realizadas simultaneamente também nos estados do Acre, Alagoas, Amapá, Amazonas, Bahia, Mato Grosso do Sul, Pernambuco e Rio de Janeiro. 

Com auxílio de forças policiais, os GAECOs de cada um desses estados cumprem mais de 300 mandados de prisão e de busca e apreensão contra integrantes de grupos criminosos.

Além do GAECO, as promotorias de Justiça de Juazeiro do Norte, Sobral e Independência também estão envolvidas no trabalho. A ação conta com o apoio da Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social, através das Polícias Civil, Militar, e da Coordenadoria Integrada de Planejamento Operacional (Copol); e da Secretaria de Administração Penitenciária, por meio da Coordenadoria de Inteligência (Coint).   

Operação Jericó e crimes controlados dentro de presídios

A “Operação Jericó” teve início a partir de informações fornecidas pela Coordenadoria de Inteligência da Secretaria de Segurança Pública e Defesa Social, que apontaram a atuação de quatro organizações criminosas no Estado do Ceará, notadamente a facção conhecida como Primeiro Comando da Capital (PCC). Segundo o documento, o crime organizado no Estado estaria sendo controlado de dentro das unidades penitenciárias.  

Foi revelada a existência de um complexo esquema criminoso composto, em sua maioria, por membros de posições de comando dentro da facção PCC e por indivíduos a eles relacionados. Apurou-se que entre os meses de novembro de 2018 e fevereiro de 2019, os investigados praticaram uma série de crimes, principalmente tráfico de drogas, associação para o tráfico, comércio irregular de arma de fogo e o planejamento de homicídios e ataques a agentes e a equipamentos públicos, tanto na capital quanto no interior do Estado. Foram identificados 18 suspeitos de participam nesse esquema criminoso. 

Operação Al Qaeda 

A “Operação Al Qaeda” também tem relação com a facção PCC, sendo um desdobramento da “Operação Saratoga”, deflagrada também pelo GAECO do MPCE em dezembro de 2017. 

De acordo com as investigações, o PCC estaria aumentando sua influência aqui no Estado e ampliando consideravelmente o número de “batismos”, com o objetivo de consolidar o comando de todas as unidades prisionais da Região Metropolitana de Fortaleza, e ampliar a atuação tanto dentro quanto fora dos presídios.  

O Ministério Público iniciou as investigações e conseguiu descobrir um extenso esquema criminoso. De acordo com o apurado, entre os meses de maio de 2015 a julho de 2016, a facção praticou uma série de crimes, como tráfico de drogas, homicídios, ameaças e ataques a agentes e equipamentos públicos.  

O grupo contava com uma vasta rede de comparsas que atuavam como gerentes das “bocas” de tráfico, como “correrias” (pessoa que vende droga e repassa informações) e como “laranjas”, que forneciam suas contas bancárias para a movimentação do dinheiro escuso.

Os envolvidos também realizavam ameaças e roubo de veículos para levantar fundos para os negócios ilícitos. Também foram utilizados cooperados para a combinação de ataques a ônibus e a delegacias de polícia, inclusive com a possibilidade de morte de policiais. Ao todo foram identificados 17 indivíduos que participavam ativamente desse esquema criminoso, cada um com função específica e bem delineada dentro da organização. 

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