Número de adolescentes mortas cresce 412% em Fortaleza em um ano

No Ceará, o crescimento da estatística também foi expressivo e preocupante: 220,8%

Escrito por Messias Borges , messias.borges@diariodonordeste.com.br

O número de adolescentes do sexo feminino vítimas de Crimes Violentos Letais Intencionais (CVLIs) - homicídios, latrocínios e lesões corporais seguidas de morte - cresceu 412,5%, em Fortaleza, nos sete primeiros meses deste ano, em comparação a igual período de 2017. Foram 41 mortes no ano corrente, frente a apenas 8 assassinatos no ano passado, segundo levantamento do Comitê Cearense pela Prevenção de Homicídios na Adolescência (CCPHA), divulgado nesta sexta-feira (16). O estudo considera como adolescente pessoas de 10 a 19 anos de idade.

No Ceará, o crescimento do dado também foi expressivo e preocupante: 220,8%. De janeiro a julho deste ano, 77 meninas foram mortas no Estado; em igual período do ano passado, a Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS) registrou 24 mortes. Em Caucaia, outro município estudado além da Capital, o aumento foi de 250%, saindo de 2 assassinatos em 2017 para 7 crimes em 2018.

Nos sete primeiros meses do ano atual, 514 jovens (de ambos os sexos) foram mortos no Ceará; e 189, em Fortaleza. Ou seja, 14,9% das vítimas de todo o Estado são meninas; e 21,6% das vítimas da Capital são do sexo feminino.

O Comitê aponta que as mulheres em geral - jovens ou adultas - vêm sendo mais mortas, no Estado: "O incremento dessa violência contra mulheres está alterando a curva das mortes violentas no Estado. Historicamente, o percentual de vítimas de homicídios do sexo feminino, em todos os estados do País, não ultrapassa os 10% do total dos mortos. No último Atlas da Violência, com os dados de 2017 sistematizados pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública, o Ceará é o terceiro estado em taxa de homicídios de mulheres (de todas as faixas etárias), que representam 7,6% do total de mortos no Estado".

Homicídios de jovens no geral diminuem no Estado e na Capital

Ao contrário da variação de adolescentes do sexo feminino mortas, o número de jovens no geral (meninos e meninas) vítimas de CVLIs diminuiu em Fortaleza e no Ceará, nos primeiros sete meses deste ano. No Estado, foram 514 mortes, o que signifca uma redução de 1,5%, em comparação a igual período de 2017 - com 522 mortes. E na Capital, foram registradas 189 assassinatos, uma queda de 14,8%, em comparação com o ano passado - quando houve 222 mortes.

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