Mecânico acusado de matar a facadas professora e tentar suicídio após o crime é julgado no Crato

O crime ocorreu em setembro do ano passado. A professora Cidcleide Bezerra Campos foi atingida pelo homem dentro de casa, no Crato, na frente do filho adolescente

Escrito por Redação ,
Legenda: Cidcleide Bezerra foi morta a facadas pelo ex-companheiro, na frente do filho adolescente
Foto: Reprodução/TV Verdes Mares

O julgamento do mecânico Francisco Zilmário Figueiredo, suspeito de matar a golpes de faca a ex-companheira Cidcleide Bezerra Campos, de 44 anos, no Crato, ocorre desde as 9h desta terça-feira (30) no Fórum do município. O crime ocorreu em setembro do ano passado. A sentença do acusado ainda não foi definida.

A professora foi atingida pelo homem dentro de casa, no Bairro São Miguel, após uma discussão entre eles. Vizinhos do casal perceberam a briga e acionaram a polícia. O suspeito tentou cometer suicídio após o crime. 

Zilmário está sendo julgado por feminicídio. Durante o julgamento, ele se manteve a maior parte do tempo de cabeça baixa. No depoimento de uma das testemunhas de defesa, um policial que atendeu a ocorrência no dia do crime e relatou ter visto Zilmário tentar se ferir com a faca, o réu se emocionou e saiu da sala chorando. 

Duas ex-companheiras de Zilmário também testemunharam em defesa dele até o início desta tarde. 

Familiares da professora vítima do ex-companheiro e membros de órgãos de defesa da mulher do Crato acompanham o julgamento. Do lado de fora do Fórum foram fixados cartazes com frases em homenagem à professora Cidcleide e com pedidos de Justiça. 

“Está sendo muito difícil. É muito dolorido a gente perder uma irmã e da maneira que foi. Reviver todo dia a mesma coisa, como hoje, como a gente já teve outra auditoria e ouvir o depoimento dele se fazendo de coitado. Espero justiça, apesar de que não trará ela de volta. Só quero que ele pegue pena máxima", comenta a irmã da vítima, Cícera Cláudia Bezerra. 

A vice-presidente do Conselho da Mulher Crato, Mara Guedes, que também acompanha o julgamento, diz que a condenação de Zilmário deve servir de exemplo. 

“Nós precisamos dizer um basta ao feminicídio e a esse tratamento tão violento que é dado às nossas mulheres. A nossa vontade é que esse assassino receba pena máxima pra servir de exemplo para outros que pensam que tirar vida das mulheres é tirar vida de nada”, enfatiza. 

Feminicídio qualificado

O promotor de Justiça José de Deus confirma que o Ministério Público pediu pena máxima. “Condenação máxima. Sustenta um feminicídio com as circunstâncias de três qualificadoras. A do feminicídio em si, a da torpeza e a da crueldade”, frisa o promotor. 

Aníbal Azevedo, parte da assistência de acusação, conta que há, ainda, o fato agravante de que o crime ocorreu na presença do filho do casal, um adolescente. 

Já a defesa de Zilmário sustenta que o homem é réu confesso, mas que não há elementos qualificadores no assassinato. "Em nenhum momento ele negou a prática delitiva. Agora, o que a defesa entende é que não estão presentes os elementos caracterizadores das qualificadoras que foram imputadas à prática delitiva. É isso que nós vamos fazer, demonstrar que as qualificadoras que agravam consideravelmente o delito não estão presentes", afirmou Emanoel Jorge.

Ao fim do depoimento das testemunhas, é a vez de o Tribunal ouvir o réu. 

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