Homem é condenado a mais de 27 anos de prisão por homicídio ligado a briga de facções em Fortaleza

De acordo com as investigações, o crime foi motivado por vingança em razão de rivalidade entre facções criminosas no bairro Sapiranga

Escrito por Redação ,

Foi condenado a 27 anos e seis meses de reclusão, inicialmente em regime fechado, um dos responsáveis pela morte de Antônio Welson da Silva Araújo, conhecido como Tio Welson.

O réuDiogo da Silva Nunes, de 27 anos, recebeu a condenação no dia 8 de março, por meio do Conselho de Sentença da 5ª Vara do Tribunal do Júri da Comarca de Fortaleza, após denúncia oferecida pelo Ministério Público do Estado do Ceará (MPCE). 

Segundo as investigações, o crime ocorreu por volta das 16h do dia 26 de abril de 2018, na Rua José Félix de Lima, bairro Sapiranga, em Fortaleza. O assassinato foi motivado por vingança em razão de rivalidade entre facções criminosas. 

A vítima estava conversando com sua prima quando foi surpreendida pela aproximação de Diogo e um comparsa, ainda não identificado, os quais, sem qualquer discussão prévia, atiraram várias vezes contra Antônio Welson. Ambos fugiram em seguida. 

'Tio Welson' chegou a ser socorrido, porém não resistiu aos ferimentos. Antes de morrer, ainda conseguiu falar para a esposa dele que teria sido Diogo o responsável pelo crime.

No dia do homicídio, Diogo usava tornozeleira eletrônica. O acusado tentou interromper o sinal do dispositivo com a colocação de um papel laminado de alumínio ou material similar, mas não teve sucesso. A central de monitoramento conseguiu rastrear o percurso, constatando que ele, de fato, esteve no local dos fatos no momento do delito. 

Prisão 

Diogo foi preso posteriormente em razão de outros fatos relacionados ao tráfico de drogas. Segundo as investigações, ele viveu a maior parte de sua vida no bairro Sapiranga, região dominada pela organização criminosa Comando Vermelho (CV), mas teria passado a integrar a organização criminosa rival denominada Guardiões do Estado (GDE), que mantém conexão com a organização criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC). 

Por causa disso, o réu teve que sair do bairro, mas, como forma de vingança, passou a se voltar contra moradores da região, mesmo contra aqueles que não tinham efetivo envolvimento com tais facções. Por isso, ele também está incurso no crime de organização criminosa armada. Diogo Nunes já estava associado à GDE desde a data antecedente ao crime e permaneceu associado, pelo menos, até a data do crime de homicídio.  

O papel dele na facção consistia em praticar crimes contra a vida, eliminando inimigos do grupo com o objetivo de assegurar a autoridade e o domínio da facção em diversas áreas de Fortaleza. 

Tempo de Justiça 

O processo judicial de crime contra a vida foi amparado pelo Projeto “Tempo de Justiça” e o resultado é fruto do trabalho da Divisão de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) da Polícia Civil, em conjunto com a Promotoria de Justiça do Júri, fazendo com que aumentasse a celeridade de resolução. 

 

 

 

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