Homem é condenado a 26 anos de prisão por crime de feminicídio em Fortaleza

O autor do crime usou uma faca do tipo peixeira e um estilete para matar a companheira na madrugada do dia 17 de maio de 2017

Escrito por Redação ,

Um homem foi condenado a 26 anos de prisão em regime fechado pelo crime de feminicídio contra sua companheira, com quem mantinha uma união estável de 20 anos. A condenação aconteceu na última sexta-feira (15), por meio do Conselho de Sentença da 5ª Vara do Tribunal do Júri de Fortaleza.

Segundo as investigações do Ministério Público do Estado do Ceará (MPCE), o crime aconteceu no dia 17 de maio de 2017, no andar superior da casa da vítima, Maria Rosimery Moreira da Silva, que residia no Bairro Dias Macedo, em Fortaleza. O casal tinha dois filhos adultos.

O autor do crime, José Almir da Silva Moreira, usou uma faca do tipo peixeira e um estilete para matar a sua companheira com golpes na região do tronco, pescoço e nos ombros. Dias antes do crime, a mulher havia relatado à família que era ameaçada de morte pelo acusado. 

O relacionamento entre os dois era marcado por episódios de violência doméstica, a exemplo de ofensas verbais, ameaças e agressões, protagonizados pelo autor do feminicídio, na maioria das vezes por ciúmes imotivados e em ocasiões de ingestão de bebida alcoólica. 

Após cometer o crime, o agressor fugiu do local e deixou o portão trancado com um cadeado. A irmã da vítima, que ouviu os gritos da mulher pedindo socorro enquanto era golpeada, precisou usar uma pedra para arrombar o portão, mas ao chegar no pavimento superior da casa, Rosimery já se encontrava morta. 

A Polícia foi acionada e após realizar buscas chegou a um endereço, próximo à rodovia BR-116, e encontrou o homem em uma residência. Ao ser abordado e perguntado sobre o crime, ele alegou que teria apenas encostado a faca no pescoço da companheira, com a intenção de intimidá-la, mas que ela mesma, na tentativa de se desvencilhar dos golpes, era quem havia enfiado a faca na própria garganta.

Entretanto, no momento em que os policiais indagaram sobre os diversos golpes desferidos na vítima, ele acabou confessando a integralidade das agressões. Na presença da Polícia Civil, confessou a autoria delitiva e informou que a mulher foi agredida enquanto estava deitada em uma rede.

Sobre as motivações do crime, ele alegou que estaria sendo traído pela companheira e que suspeitava que ela pretendia se separar. As armas do delito, uma faca tipo peixeira e um estilete, foram encontradas no local, sujas de sangue, e apreendidas. 

O relatório final do inquérito policial foi assinado em 25 de maio de 2017 pela delegada do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), Évna América de Aquino Leitão Paixão.

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