Criminosos distribuíram cartas antes de atacar prédio do Cras, na Bela Vista

Uma moradora afirmou que um policial militar notou que os homens iam atear fogo no equipamento e disparou contra o bando, frustrando a ação delituosa

Escrito por Redação ,

Uma noite antes, cartas foram distribuídas aos moradores informando sobre um ataque ao prédio do Centro de Referência de Assistência Social (Cras), no bairro Bela Vista, em Fortaleza. Na última terça-feira (8), o que antes estava na promessa, tornou-se realidade. Em entrevista ao Sistema Verdes Mares, uma moradora, que não quis ser identificada, afirmou que o clima no local é de impotência diante o poderio das facções criminosas que dominam a região.

Áudio: moradora traz detalhes da ação de bandidos e fuga para quintais das casas

Adolescente capturado

A ação dos criminosos acabou sendo frustrada por uma equipe da Polícia Militar (PM). Na ofensiva, um adolescente de 14 anos, suspeito de ser participado do ataque ao prédio público, foi capturado, e duas garrafas contendo gasolina foram apreendidas. Contra ele, foi registrado um ato infracional por crime contra a incolumidade pública. Os demais suspeitos de integrarem o bando conseguiram fugir. 

Medo de nova ação

De acordo com a moradora, a região é dominada por duas facções: Primeiro Comando da Capital (PCC) e Comando Vermelho (CV). Ela diz que, após o acontecido, os vizinhos se reuniram e conseguiram apagar o fogo, que não se alastrou. O medo, segundo ela, é que os criminosos voltem e concretizem, de fato, uma nova transgressão. "Fica até difícil saber quem está ordenando", pontua. 

Cinco famílias deixaram as casas por medo

"Por volta das 20h30 da terça-feira (8), eles (criminosos) entraram no Cras para atear fogo. Um policial militar que ia passando viu e atirou, e eles revidaram. A polícia foi no local, fechou a rua, e eles entraram nos quintais das casas dos moradores", conta, apreensiva.  

Ela ainda relata que pelo menos cinco famílias deixaram as casas por medo. "Ninguém vai ficar esperando, né?", diz. Ainda de acordo com a entrevistada, o clima no local é de "pânico" e "terror". O comércio também acabou sendo afetado, já que quase ninguém vai às ruas. 

"Todo mundo está com medo e com sentimento de impotência. Não pode fazer nada a respeito, só ficar a mercê deles. Eles passam nas nossas residências falando que vão atirar nos moradores e colocar fogo nas casas", explica.

A Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS) informou que a Polícia Civil investiga o caso, no intuito de capturar os demais partícipes da ação delituosa. 

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