Corpo de dançarina da Sala de Reboco morta durante abordagem policial é velado em Fortaleza

Segundo o pai da jovem, a mãe chegou a pedir para Gabriela Amorim não viajar, mas ela afirmou que "iria porque gostava de dançar"

Escrito por Redação ,
Legenda: Familiares, amigos e moradores da região se reuniram para prestar as últimas homenagens a jovem.
Foto: Foto: Leabem Monteiro

Foi velado no Parque Santa Rosa, em Fortaleza, o corpo da dançarina da banda Sala de Reboco, Gabriela Amorim, de 25 anos, morta durante uma abordagem policial na cidade de Irecê, na Bahia. O corpo de Gabriela chegou a residência dos pais, na Rua das Margaridas, por volta das 22h30 de sábado (6). Familiares, amigos e moradores da região aguardavam no local para prestar as últimas homenagens a jovem.

Durante a abordagem policial, o carro em que a jovem estava foi atingido por disparos de policiais militares que seguiam o veículo onde a banda estava, na cidade Irecê, no norte da Bahia. O sanfoneiro e a cantora da banda também ficaram feridos por tiros.

Segundo João Bosco, pai de Gabriela, a mãe da jovem chegou a pedir para a filha não viajar, mas ela respondeu que “iria porque gostava de dançar”. “Infelizmente ela foi andando e está voltando sem vida”, lamenta.

Legenda: Dançarina Gabriela Amorim, 25 anos, deixou um filho de seis anos
Foto: Foto: Arquivo pessoal


A dançarina era a primogênita e única mulher dos três filhos de João Bosco. O pai da vítima relembra a última vez que falou com a filha.

 “Ela passou o dia sem falar comigo e eu enviei um áudio para ela. ‘Gabriela cadê você que não dá notícia para a gente’? O que está acontecendo? “ . Ela retornou pra mim e disse: “Papai é porque a gente chega muito cansado da festa e vai dormir. Não tem condições de falar com ninguém, mas está tudo bem”. E mostrou as outras meninas da banda com ela, todas alegres e sorridentes.

Conforme Graça Amorim, a sobrinha era uma pessoa  brincalhona e muito amada por todos da família. “Ela se destacava, pois tudo que ia fazer era com muito amor. Não tinha um desafio que a Gabriela não enfrentasse”, relembra.

A jovem era mãe de um garoto de 6 anos, que ficará sob o cuidado dos avós. Além de dançar, atualmente ela também fazia um curso de enfermagem.

A família pede justiça pela morte de Gabriela e que o caso seja esclarecido. “Só justiça mesmo para amenizar. Não vai trazer ela de volta, mas para não acontecer com outras como aconteceu com ela”, afirma João.

Em nota divulgada no dia da ação, a Polícia Militar da Bahia lamentou a morte da dançarina e afirmou que instaurou um inquérito para investigar o caso. De acordo com a PM, o veículo da banda trafegava na contramão, em alta velocidade e, por isso, houve "abordagem da polícia". A versão é contestada pelo advogado da banda.

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