Colombianos e brasileiros presos por agiotagem são colocados em liberdade
Dois estrangeiros tiveram que pagar R$ 50 mil de fiança para deixar a prisão
Os colombianos e os brasileiros presos por participação em um esquema de agiotagem, na Operação Préstimos, já estão em liberdade. O juiz da Vara Única da Comarca de Pentecoste, Caio Lima Barroso, concedeu a medida provisória para nove suspeitos e determinou o cumprimento de medidas cautelares alternativas à detenção.
A decisão judicial foi proferida em audiência de custódia no último dia 16 de julho e obtida pelo Sistema Verdes Mares nesta terça-feira (23). "Ademais, a liberdade provisória se caracteriza por ser um direito público subjetivo do acusado, assegurado constitucionalmente, ou seja, preenchidos por ele os requisitos, tanto de natureza objetiva quanto subjetiva, necessários à concessão, deve lhe ser deferida, não ficando a critério do juízo de valor do magistrado", justificou o magistrado.
Os colombianos Cristian Camilo Davi Quintero e Ivan David Jaramillo Giraldo (conhecido como Davi Orozco) foram beneficiados com a liberdade provisória com fiança. Cada um deles pagou R$ 50 mil. Já a colombiana Natália Orozco, esposa de Davi Orozco e mãe de uma criança, teve a prisão temporária revogada. Os três estrangeiros tiveram que entregar os passaportes.
Os brasileiros Jordano Bruno Freitas Rodrigues e Maria Marília Teixeira também tiveram a liberdade provisória decretada, mediante pagamento de R$ 10 mil de fiança cada. Eles e os três colombianos seguem monitorados pela Justiça por tornozeleiras eletrônicas.
Já Diego Albuquerque Rodrigues, Francisco Gaspar Paulo de Sousa, Francisco Jailton de Almeida e José Diego Furtado de Lima foram beneficiados pela liberdade provisória sem fiança.
Os nove suspeitos terão que cumprir outras medidas cautelares alternativas à prisão, como comparecer mensalmente à Justiça, recolher-se à noite, não ingerir bebidas alcoólicas em bares e casas noturnas e não se ausentar da Comarca.
Operação foi deflagrada em cinco municípios
A Operação Préstimos foi deflagrada pelo Ministério Público do Ceará (MPCE), sob comando do promotor de Justiça Jairo Pereira Pequeno Neto, para cumprir mandados de prisão e de busca e apreensão, nos municípios de Paraipaba, Pentecoste, São Gonçalo do Amarante e Umirim, no dia 12 de julho deste ano. O alvo era uma associação criminosa que teria movimentado cerca de R$ 2 milhões nos últimos meses.
O grupo seria comandado pelos colombianos presos e estaria realizando agiotagem - prática de empréstimos de dinheiro a juros extorsivos. As cobranças eram diárias e realizadas de forma ostensiva e ameaçadora, segundo Jairo Pequeno Neto. Até um aplicativo para celulares era utilizado para controlar os pagamentos feitos pelos clientes.