Clientes e proprietários de bares em rua do bairro Benfica denunciam ação violenta da PM

Segundo testemunhas, policiais militares utilizaram bombas de efeito moral e balas de contenção durante a ocorrência

Escrito por Redação ,

Frequentadores e proprietários dos bares da Rua Instituto do Ceará, no Bairro Benfica, denunciaram uma ação violenta do Comando Tático Motorizado (Cotam), do Batalhão de Polícia de Choque (BPChoque), na madrugada deste sábado (30), após os agentes atenderem a uma ocorrência de perturbação de sossego. De acordo com testemunhas, os policiais utilizaram bombas de efeito moral e balas de menor potencial ofensivo para dispersar os clientes dos locais. 

Conforme um dos frequentadores que estava em um dos bares no momento da ocorrência policial, a movimentação no local teve fim após uma equipe do Cotam atender uma denúncia de moradores da região em relação a um grupo de pessoas que estava ouvindo música em aparelhos de som portáteis, fora dos estabelecimentos. 

De acordo com a Polícia Militar do Ceará (PMCE), viaturas foram acionadas para conter, além do som alto, obstruções no trânsito, nos arredores dos bares, na Avenida da Universidade. Porém, durante a abordagem, uma multidão atirou  garrafas e pedras em direção aos agentes da PM que, após as agressões, solicitaram reforço do Cotam, o qual utilizou "armamento de menor potencial ofensivo com o objetivo de cessar os danos ao patrimônio público e à violência sofrida".

Uma testemunha (identidade preservada) que presenciou todo o conflito afirmou, contudo, que a ação da Polícia foi irresponsável e violenta: “Eles poderiam ter só resolvido o problema com o grupo que teria confrontado eles. A gente lá, que estava nos bares, não tínhamos nada a ver. Mas eles não pensaram duas vezes em agir de forma truculenta.” 

Os proprietários dos estabelecimentos, por meio das redes sociais, se posicionaram na madrugada e na manhã deste sábado em relação à ação policial. Em nota, um dos bares afirmou que já não é a primeira vez que uma intervenção violenta da PM acontece no local e que, mesmo com todo o aparato legal para estar em funcionamento, como o alvará e autorização para o uso de som interno, eles são rechaçados pelos policiais. “Nenhum policial se dispôs a explicar o motivo da abordagem excessivamente truculenta. Estamos dentro das normas para funcionar, mas, ainda assim, sofremos represália por conta do que acontece fora do bar.”, informou na publicação.

Uma ambulância do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), de acordo com testemunhas, esteve no local para prestar socorro às vítimas que ficaram feridas pelos disparos e intoxicadas pela fumaça das bombas de efeito moral .  

Em agosto deste ano, na Rua Instituto do Ceará, também em um sábado, uma equipe da Polícia Militar do Ceará (PMCE) confrontou um grupo de pessoas que, conforme a PM, arremessou garrafas de vidro e pedras contra os agentes que responderam aos ataques disparando munição não letal para conter a ação. 

A PMCE disse que, sobre o ocorrido nesta madrugada, a ação de dispersão foi concluída por volta das 2 horas e que ninguém foi preso. 


 

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