Advogado preso com bilhetes para facção criminosa em presídio tem prisão preventiva decretada

Bilhetes continham informações e comandos para membros do crime organizado que estão fora dos presídios

Escrito por Redação ,

O Ministério Público do Ceará (MP) determinou, durante audiência de custódia nesta quinta-feira (23), a prisão preventiva do advogado Artur Frota Monteiro Junior, preso após ser flagrado portando bilhetes com conteúdo criminoso sobre tráfico de armas, drogas e quantias em dinheiro. 

O caso aconteceu na tarde desta quarta-feira (22), quando o advogado saía da Casa de Privação Provisória de Liberdade Agente Elias Alves da Silva (CPPL III), onde foi atender a detentos.

Em entrevista ao Sistema Verdes Mares, o advogado de defesa de Artur Frota, Alexandre Sales, informou que os bilhetes não pertenciam ao cliente dele e que Artur está disposto a ser submetido ao exame grafotécnico para comprovar que a letra não é dele.

Segundo o promotor de justiça Luís Bezerra Lima Neto, "o advogado, durante o exercício da sua profissão, ultrapassou os limites legais da sua atividade visando cooperar com membros de organizações criminosas, fomentando, com sua conduta, a continuidade das atividades criminosas de indivíduos que já estavam presos".

O representante do Ministério Público do Ceará também ressaltou que o perigo gerado pela liberdade do advogado ficou comprovado pelo fato de que, mesmo em liberdade, ele poderia repassar as informações recebidas pelos detentos e, com isso, as medidas cautelares diversas da prisão se mostram insuficientes e inadequadas. O Poder Judiciário acatou o pedido do MP.

O crime

Em nota, a Secretaria de Administração Penitenciária (SAP) informou que os bilhetes continham informações e comandos para membros do crime organizado que estão fora dos presídios. Após o advogado se negar a apresentar os bilhetes, foi solicitado a presença do delegado, que averiguou o conteúdo das anotações e constatou que nelas havia recados para organizações criminosas.

A Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) confirmou a prisão e afirmou que está apurando os fatos e acompanhando o caso para garantir a legalidade da prisão, e que o advogado tenha assegurado o direito a ampla defesa e ao contraditório.

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