Acusado de matar bailarina é condenado a 12 anos e seis meses de prisão

Os jurados aceitaram a tese do Ministério Público do Ceará (MPCE) de homicídio simples

Escrito por Redação ,
O acusado matar a bailarina Renata Maria Braga de Carvalho, no dia 28 de dezembro de 1993, na Avenida Beira-Mar, foi julgado pela terceira vez. O júri formado por duas mulheres e sete homens decidiu pela condenação de Wladimir Lopes de Magalhães Porto. A pena de 12 anos e seis meses foi proferida pela juíza Valência de Sousa Aquino da 5ªVara do Júri.  Porém, a defesa já recorreu da decisão e o réu irá aguardar o resultado do recurso em liberdade.
 
Os jurados aceitaram a tese do Ministério Público do Ceará (MPCE) de homicídio simples. O assistente de acusação do caso, advogado José Wilson Pinheiro, disse que a culpa e a responsabilidade de Wladimir Porto na morte da bailarina não pode ser negada e deve ser punida. “Ele sabia da letalidade de sua arma, sabia que o porte de arma não lhe dava direito de atirar por aí como se estivesse no faroeste. Se for valer o que está nos autos, ele agiu dolosamente. Atirou para matar Gustavo, mas errou e acertou a bailarina, que não tinha nada a ver”, afirmou Pinheiro.
 
O advogado pediu que o júri não “passasse a mão na cabeça” de Porto e o condenasse pelo crime. “Armado pelo pai, ele encerrou uma vida promissora. Renata hoje poderia ser uma grande bailarina, ou uma boa profissional em outra área, mãe de família. Deus a mandou à terra com um plano maior, mas Wladimir a mandou para debaixo do chão de um cemitério. Sepultou os sonhos dela e de sua família”.
 
Para Pinheiro, a jovem não era o alvo, mas o dolo da ação, que ele considera ter sido contra o amigo de Renata, precisa ser punida . “Renata nunca soube quem era Wladimir, morreu sem saber. Não soube, sequer, porque morreria. Estava na hora errada, no lugar errado”, concluiu.
 
O promotor de Justiça Franke Soares Rosa lembrou que este é o terceiro Júri a que Wladimir Porto é submetido e considerou isto uma falha do sistema, do qual faz parte o Tribunal do Júri. O primeiro julgamento do acusado aconteceu em 18 de fevereiro de 1997; o segundo aconteceu em 20 de junho de 2008. “Não havendo questionamentos sobre formalidades,este é último julgamento. 
 
A mãe da vítima, Oneide Braga, declarou que se sente envergonhada com a lentidão do processo. “O Judiciário deveria estar no banco dos réus também. A sensação é da mais completa vergonha. Depois de 22 anos, o assassino da minha filha foi contemplado com uma impunidade lamentável e injusta”.
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