Mondubim: Polícia investiga se sequência de mortes se tratou de chacina

Três vítimas eram da mesma família e foram assassinadas enquanto estavam dentro de casa. O diretor do DHPP ressaltou que, preliminarmente, as ocorrências indicam envolvimento entre membros de facções rivais

Escrito por Redação ,
Legenda: Uma das vítimas teve o corpo carbonizado. O corpo estava dentro de um veículo e identificado como sendo de uma pessoa chamada João Paulo
Foto: Foto: Leábem Monteiro

Em poucos minutos, quatro pessoas foram assassinadas, ontem, no bairro Mondubim e imediações. Uma das ocorrências aconteceu dentro da residência das vítimas. Lá, três foram executados a tiros. Instantes depois, um corpo carbonizado foi localizado dentro de um carro, em Maracanaú. O pouco tempo entre um crime e outro e indícios preliminares apontam que os casos têm relação.

Na tarde de ontem, durante coletiva de imprensa na sede do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), o diretor da unidade, delegado Leonardo Barreto, pontuou que a Polícia Civil não descarta que o caso tenha se tratado de uma chacina. Conforme Barreto, a investigação acerca das mortes está no início, mas as autoridades já têm uma linha de investigação, a qual seguem.

"Houve comparecimento imediatamente ao local do crime. Inclusive, pessoas já foram conduzidas à delegacia para serem inquiridas. Temos uma linha de investigação, mas como está em curso, não seria interessante a divulgação agora. Quando tivermos fechamento com relação a autoria e motivação, apresentarmos. Não descartamos a relação de interligação dos crimes, principalmente, quando ocorridos de modo sequencial e em regiões próximas", afirmou o delegado acerca das testemunhas ouvidas e início da investigação.

As vítimas mortas dentro da residência foram identificadas como Heryaldo Bezerra da Silva, de 48 anos, com antecedentes por tentativa de homicídio, estelionato, apropriação indébita e associação criminosa; Francisco Welton Bezerra da Silva, de 45 anos; Francisco Wellington Bezerra da Silva, 52; este, com passagens por estelionato e crimes contra a dignidade sexual.

O corpo encontrado carbonizado é de um homem identificado apenas como João Paulo, que foi sequestrado momentos antes, na mesma rua. A reportagem apurou que João Paulo foi obrigado a dizer onde as outras três vítimas moravam e depois de dar a informação foi colocado no porta-malas de um carro. Há indicativo que os quatro assassinados pertencessem à facção Comando Vermelho (CV) e os criminosos responsáveis pelo homicídios seriam membros da Guardiões do Estado (GDE).

Outros dois homens também foram baleados e socorridos a uma unidade hospitalar. Não há informações sobre o estado de saúde deles. Um seria pai de João Paulo. Conforme a Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS), os criminosos fugiram após atirar nas vítimas. Nem eles e nem os veículos onde estavam foram identificados.

Facções

Sobre a disputa entre organizações criminosas rivais, Leonardo Barreto afirmou que é cedo para esta conclusão, mas, acrescentou que a maioria dos crimes investigados no DHPP envolvem disputa por território e tráfico de drogas. "Isso nos faz concluir que há um indicativo grande que esse caso também tenha isso como pano de fundo, mas é prematuro para concluir isso. As equipes ainda estão em campo", elucidou o diretor do DHPP.

Os destaques das últimas 24h resumidos em até 8 minutos de leitura.
Assuntos Relacionados