Ministério Público quer 'Andrezinho da Baixada' em presídio federal

Para o órgão ministerial, se André Luís da Costa Lopes for trazido ao Ceará há risco de ele fugir, ser resgatado ou ainda ser vítima de represálias por outros membros do PCC. Ele foi preso no último dia 31 de outubro, em São Paulo

Escrito por Redação , seguranca@svm.com.br
Legenda: André Luís da Costa Lopes, o 'Andrezinho da Baixada', foi preso no litoral paulista pela Polícia Federal

Uma semana depois da prisão de um dos líderes da facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC), órgãos do Ceará continuam tentando que André Luís da Costa Lopes, o 'Andrezinho da Baixada' nem sequer seja recambiado ao Estado. Depois da Superintendência da Polícia Federal (PF) no Ceará ter representado pela inclusão de André Luís em um presídio federal de segurança máxima, agora, foi a vez do Ministério Público do Ceará (MPCE) ter se manifestado a favor da inclusão do faccionado em um presídio federal.

O Ministério Público se posicionou nos autos afirmando ter analisado a situação estabelecida e apontada pela Polícia Federal, no Ceará. De acordo com MPCE e PF, o Ceará não tem como abrigar 'Andrezinho da Baixada' devido à fragilidade do Sistema Penitenciário Estadual.

A última vez que as autoridades tomaram conhecimento de que Lopes esteve no Ceará foi em fevereiro de 2018. Na ocasião, houve um duplo assassinato. Rogério Jeremias de Simone, o 'Gegê do Mangue' e 'Fabiano Alves de Souza', o 'Paca', foram mortos, em Aquiraz, Região Metropolitana de Fortaleza (RMF). As vítimas também eram do PCC.

Riscos

No parecer do Ministério Público, fica evidente a preocupação de que, se André Luís da Costa Lopes chegar ao Ceará, outros membros da facção reajam à presença dele no Estado. Conforme o MP, "percebe-se, claramente, a necessidade imperiosa e urgente do deferimento da medida". O órgão acusatório afirma que, após o cumprimento de mandado de prisão de Andrezinho, por conta do envolvimento dele com as mortes de 'Gegê do Mangue' e 'Paca', "desenha-se fortíssimo cenário de possíveis represálias a serem praticadas por parte de membros da organização criminosa PCC".

No entendimento do MP, o grau de importância para facção que as vítimas 'Gegê do Mangue' e 'Paca' detinham pode representar perigo para um dos responsáveis pelas mortes dos dois líderes da facção.

De acordo com o MPCE, caso André Luís seja trazido ao Ceará, há o risco evidente de fuga ou resgate a favor dele. O Ministério reforçou a capacidade de Andrezinho se manter foragido da Justiça, ainda se utilizando de moradia em condomínios de luxo como refúgio, como no local onde foi preso pela Polícia Federal, no litoral paulista, no último dia 31 de outubro.

Até a Justiça decidir pelo recambiamento ou não, André Luís segue recolhido na Penitenciária Presidente Venceslau, em São Paulo. O Tribunal de Justiça do Ceará (TJCE) informou que o pedido para a transferência dele até um presídio federal segue sendo analisado pelo colegiado de juízes responsáveis pelo processo. Questionada sobre a necessidade da transferência, a Secretaria da Administração Penitenciária do Ceará (SAP) declarou, por nota, que não comenta pedidos de transferência "por questões estratégicas de segurança".

André Luís da Costa Lopes foi denunciado junto a outras nove pessoas por envolvimento no duplo homicídio. A acusação afirmou que ele era um dos homens que estava no helicóptero do PCC e desceu para executar 'Gegê do Mangue' e 'Paca'.

Os demais denunciados pelo homicídio qualificado e organização criminosa são: Gilberto Aparecido dos Santos, o 'Fuminho'; Carlenilto Pereira Maltas, o 'Ceará'; Erick Machados Santos, o 'Neguinho Rick da Baixada'; Ronaldo Pereira Costa; Tiago Lourenço de Sá de Lima; Renato Oliveira Mota; Maria Jussara da Conceição Ferreira Santos; Jefte Ferreira Santos; e o piloto Felipe Ramos Morais.

 

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