Mãe crê que suspeito teve ajuda para pôr filha Stefhani na garupa

Após ser preso no interior do Pará, ex-namorado de jovem assassinada há mais de um ano confessou o crime. No entanto, para a família, alguém cooperou para que o suspeito ocultasse o corpo perto de lagoa no Mondubim

Escrito por Nícolas Paulino , seguranca@verdesmares.com.br
Legenda: A mãe de Stefhani, a dona de casa Maria Rosilene Brito, disse querer uma investigação detalhada
Foto: FOTO: THIAGO GADELHA

A doméstica Maria Rosilene Brito cuidou de Stefhani Brito Cruz por 22 anos. Porém, há mais de um, ela precisa lidar com a dor da ausência da filha. A jovem foi morta brutalmente, agredida com um pedaço de madeira pelo ex-namorado, Francisco Alberto Nobre Calixto Filho, 24, no dia 1º de janeiro do ano passado. Foragido desde o crime, ele foi preso na última segunda (25), no interior do Pará. Após a detenção do principal suspeito, bastante comemorada pela família, Maria Rosilene quer saber se Calixto teve ajuda de outra pessoa para colocar a filha, já morta, na garupa de uma motocicleta.

O corpo de Stefhani foi encontrado próximo à Lagoa da Libânia, no bairro Mondubim, com sinais de tortura. À época, testemunhas relataram que um homem transitou numa moto com uma mulher, aparentemente desacordada, na garupa. Os depoimentos foram confirmados pelas imagens de câmeras de videomonitoramento, as quais flagraram a ação. O corpo da vítima foi arremessado na Lagoa. Após a ocultação do cadáver, o criminoso fugiu.

"Eu queria uma investigação mais detalhada pra saber quem ajudou ele a colocar ela em cima daquela moto, porque uma pessoa só não tem condições de colocar outra já morta ou semimorta, como as imagens mostram. Teve ajuda de alguém. Sozinho ele não ia conseguir", cobra Rosilene. Para as autoridades policiais, a situação será explicada no decurso do processo criminal, já que Calixto deve prestar mais esclarecimentos.

Início

A mãe ressalta que, de início, não simpatizou com Calixto, mas também nunca imaginou do que ele seria capaz de fazer após cinco anos de relacionamento com Stephani. "Ele era aquela coisa mais reservada, não queria estar no meio da gente; não andava em comemorações da família e nem queria deixar ela andar. Quando eles começaram a namorar, eu dizia: 'filha, presta atenção pra ver se é realmente o que você quer'. Ela respondia: 'deixa eu tentar'. A gente não pode prender", conta.

Tido como o principal suspeito da morte de Stefhani, Francisco Calixto estava foragido do Ceará desde o dia 5 de janeiro - quando a Justiça expediu mandado de prisão preventiva contra ele. O suspeito chegou a constar na lista dos homens mais procurados da Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS).

As investigações da Polícia Civil cearense, por meio da Delegacia de Defesa da Mulher (DDM), finalmente descobriram o paradeiro de Calixto: o pequeno município de Mãe do Rio, a cerca de 200 km de Belém, capital do Pará. Local isolado, de difícil acesso e propício a esconderijo, conforme os investigadores.

Para encontrar o suspeito, os policiais chegaram a residir na cidade. Quando percebeu que havia sido encontrado, Calixto tentou fugir, mas foi alcançado dentro de um matagal. Em depoimento à Polícia Civil, ele confessou o assassinato da ex-namorada. O motivo? Ciúmes de que ela mantivesse relacionamento amoroso com outro homem. Calixto afirmou que queria "apenas dar uma pisa" em Sthefani, mas a ação "fugiu do controle" e ele a lesionou gravemente com um pedaço de madeira maciça. Segundo o delegado Leonardo Barreto, diretor do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), Calixto vai responder por homicídio qualificado (feminicídio) e ocultação de cadáver.

As investigações também devem apurar como o suspeito se mantinha na cidade paraense. Informações preliminares dão conta de que parentes de Calixto já tinham morado na residência onde ele estava. Para dificultar sua localização, o homem também usava documentação falsa.

Mais de um ano depois da morte da jovem Stefhani Brito Cruz, o acusado do crime é preso no Pará. Ele confessou o assassinato e disse que a matou por ciúmes. Família suspeita da participação de outra pessoa.

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