Laboratórios da Pefoce auxiliam na identificação

O trabalho ajuda a desvendar a autoria de crimes de grande repercussão no Ceará e até mesmo identificar pessoas que chegam aos hospitais sem documentação

Escrito por Redação , seguranca@verdesmares.com.br
Legenda: Harrisson Medeiros, um dos técnicos da equipe da perícia do Estado do Ceará
Foto: FOTO: NATINHO RODRIGUES

A olho nu, não é nada além de uma lata de refrigerante, um pedaço de papel ou uma cápsula deflagrada. A cena de um crime costuma ser composta por vários elementos. Quando devidamente periciados, cada um deles pode trazer respostas que ajudem a elucidar a ocorrência e apontar nomes de quem esteve no local participando da ação.

É com a ajuda da tecnologia dominada por profissionais especializados que as autorias de diversos delitos vêm sendo desvendadas no Estado do Ceará. A análise de cada item recolhido se torna uma peça essencial para montar o quebra-cabeça.

Na sede da Perícia Forense do Estado Do Ceará (Pefoce), localizada na Avenida Presidente Castelo Branco, três laboratórios são capazes de auxiliar na identificação humana, tendo cada um deles finalidade diferente. Em parte dos crimes de grande repercussão no Ceará, o Laboratório de Impressão Papiloscópica (LIP) se faz presente.

O auxiliar de perícia do LIP, Paulo Harisson Medeiros, conta que dependendo das condições do objeto, ele pode conservar uma digital por até dois anos, daí a importância de a cena do crime ser preservada e que a população respeite o isolamento do espaço.

"Muita gente não tem dimensão que esse trabalho é feito no Ceará. Aqui trabalhamos com métodos físicos e químicos. A chacina do Benfica foi um dos casos que nós ajudamos a desvendar. Outro exemplo é o das mortes de Gegê e Paca. Os corpos chegaram já em estado de putrefação. Limpamos a epiderme, coletamos a digital e, em contato com São Paulo, conseguimos saber as identidades dos dois", comentou Harisson a respeito do que fica a cargo do Laboratório de Impressão Necropapiloscópica (LIN).

Ainda conforme Harrison, é comum que o LIP atue nos casos que envolvem cartas com ameaças, para já descobrir as digitais de quem pegou naquele papel. Sem entrar em detalhes, o auxiliar de perícia revelou que o serviço LIP foi utilizado, inclusive, em prol de desvendar quem eram alguns dos envolvidos na sequência de ataques registrada em janeiro deste ano.

Digitais

A Perícia Forense conta também com o Laboratório de Identificação de Desconhecidos e Desaparecidos (Lidd). O trabalho contempla visitas constantes aos hospitais públicos do Ceará. De acordo com o assessor técnico da Pefoce, Humberto Quezado, no Lidd os profissionais devem estar atentos a qualquer característica que possa auxiliar em uma identificação imediata.

"Muitas vezes desconhecidos e desaparecidos estão em hospitais. A unidade hospitalar envia o ofício ao Lidd, nós agendamos a visita e fazemos todo procedimento necessário, pegando até as 10 impressões digitais das mãos do paciente. Quem fica no hospital vai desde a pessoa que cometeu um crime, ficou ferida e foi parar ali até a pessoa com problema psiquiátrico em situação de rua", ponderou Quezado.

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