Gratificação a policiais civis foi motivada por demanda da segurança, diz Sinpol

Entre janeiro e fevereiro deste ano, quando o Ceará passou por uma onda de violência, a Polícia Civil chegou a repassar cerca de R$ 1,1 milhão de reais após reforço operacional

Escrito por Redação , seguranca@verdesmares.com.br

A gratificação de R$ 1,1 milhão repassada a policiais civis em regime de serviço extraordinário entre 21 de janeiro e 20 de fevereiro deste ano aconteceu por conta da alta demanda por reforço de segurança, segundo a vice-presidente do Sindicato dos Policiais Civis do Ceará (Sinpol-CE), Ana Paula Cavalcante. Nesse período, o Estado enfrentava uma série de ataques criminosos, que atingiu prédios e serviços públicos, estabelecimentos comerciais e transporte coletivo.

“O Ceará esteve sitiado. Tanto nós, como a Polícia Militar e os agentes penitenciários, tivemos que trabalhar por dois, por três. Por exemplo, na apreensão de cinco toneladas de explosivos, eu acompanhei desde o início das investigações, tinham policiais virando 48 horas sem dormir. E lógico quando o policial trabalha a mais, ele tem que receber a mais”, explica Ana Paula Cavalcante. 

De acordo com ela, o serviço extraordinário acontece para atender necessidades da segurança pública. O policial civil que está de folga recebe então um chamado e cumpre uma escala de até 84 horas extras por mês. 

“Por se tratar de uma situação excepcional, porque já sofremos ataques, mas nunca com esse nível de organização, então, sim, tivemos muito mais policiais tirando serviço extraordinário”, justifica a vice-presidente do Sinpol-CE. 

Dificuldades

Para além dos casos de violência registrados nos primeiros meses do ano, que tiveram o reforço de civis para suprir a demanda, a atividade policial é cercada de problemas, sobretudo pela ausência de equipe e salários irrisórios, o que dificulta o andamento das investigações, conforme Ana Paula Cavalcante. 

“É necessário que o governo tape o buraco dando melhores condições de trabalho para o policial civil. O salário é fundamental. A gente perde policiais para o Piauí, que paga o dobro. Então, tapando esse buraco a gente consegue ter uma condição de reforçar o efetivo. Depois de reforçar o salário, concurso”, avalia. 

Os destaques das últimas 24h resumidos em até 8 minutos de leitura.
Assuntos Relacionados