Estudante investigado por crimes sexuais é solto pela Justiça

A Polícia Civil divulgou que uma das supostas vítimas do suspeito inventou a história e criou perfis falsos nas redes sociais para publicar ameaças contra ela e outras mulheres. Investigações sobre crimes sexuais na UFC continuam

Escrito por Emanoela Campelo de Melo , emanoela.campelo@svm.com.br
Foto: FOTO: KID JÚNIOR

O único preso por suspeita de cometer crimes sexuais contra alunas da Universidade Federal do Ceará (UFC) foi solto. Gisleudo de Oliveira Félix esteve encarcerado na sede do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), no Bairro de Fátima, em Fortaleza, por seis dias: da última sexta-feira (25) até a tarde de ontem. A Justiça Estadual decidiu pela revogação da prisão do jovem após o pedido feito pela própria Polícia Civil.

Ao investigar uma denúncia de estupro fora da UFC, a Polícia Civil desvendou que a suposta vítima não tinha sofrido nenhum crime. A adolescente chegou a reconhecer Gisleudo como o agressor.

De acordo com a Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS), a jovem também criou contas falsas nas redes sociais para disparar ameaças contra si mesma e outras mulher. A reportagem apurou que o Departamento de Inteligência da Polícia Civil participou da apuração, que comprovou que as ameaças partiram de um aparelho eletrônico que estava no endereço da suposta vítima.

No início desta semana, a adolescente foi novamente ao Departamento e reconheceu que inventou a versão anterior. Por ainda ser adolescente enquanto as ameaças foram inventadas, a jovem irá responder por ato infracional análogo ao crime de denunciação caluniosa e o caso será transferido para a Delegacia da Criança e do Adolescente (DCA).

Minutos após a soltura do universitário, o advogado que o representa, Josias Feijó, afirmou que também foi pedido o arquivamento do Inquérito Policial contra o cliente: "Ele não foi liberado por falta de provas, é porque ele é inocente, não vai ser nem investigado pelo caso. É um rapaz muito humilde e de uma família trabalhadora", alegou.

Feijó ainda destacou estar preocupado com o retorno do estudante ao Campus do Pici, porque, segundo ele, há um clima de terror, no local, com o nome do estudante.

Outros casos

Os casos de crimes sexuais dentro do Campus do Pici vão além da soltura de Gisleudo de Oliveira Félix. De acordo com informações obtidas pelo Sistema Verdes Mares, houve um estupro dentro da UFC, em abril deste ano. A vítima denunciou o crime no mês seguinte e as apurações acerca desta ocorrência permanecem em andamento.

No Boletim de Ocorrência (B.O.) do estupro, a jovem de 18 anos afirmou que estava em um bebedouro quando que foi abordada por três homens. Dois deles teriam a encostado na parede, enquanto o terceiro realizou o ato. A jovem diz ter tentado gritar por socorro, mas foi sufocada pelos agressores, que saíram do local debochando dela.

Segundo a Polícia Civil, o Inquérito Policial do estupro ocorrido no primeiro semestre deste ano foi transferido para a Delegacia de Defesa da Mulher de Fortaleza (DDM-For), que irá investigar o caso.

Ao todo, em uma semana, oito pessoas prestaram depoimentos no DHPP sobre crimes sexuais ocorridos no Campus do Pici. Estes demais casos devem continuar sendo apurados na 12ª Delegacia do Departamento, segundo a Secretaria da Segurança Pública.

Os destaques das últimas 24h resumidos em até 8 minutos de leitura.
Assuntos Relacionados