Estrangeiros flagrados com 52 mil dólares em Fortaleza são denunciados

O holandês Revino Wendel e o surinamês Mohamed Faizel, que é ex-policial de Suriname, são apontados pela Interpol como integrantes de uma organização criminosa de tráfico internacional de drogas

Escrito por Redação , seguranca@verdesmares.com.br
Legenda: Para o Ministério Público Federal, o dinheiro estaria sendo "lavado" por ser proveniente do tráfico internacional de drogas

Os estrangeiros Revino Wendel Grootfaam, 38, e Mohamed Faizel Leakat, 49, foram denunciados, no último dia 17, pelo Ministério Público Federal (MPF) por lavagem de dinheiro. Agentes da Receita Federal no Aeroporto Internacional Pinto Martins flagraram, em junho de 2013, o holandês Revino Wendel, e o natural do Suriname e ex-policial naquele país, Mohamed Faizel portando 52,1 mil dólares americanos, o equivalente, na cotação de ontem, a 199 mil reais. Para o MPF, o dinheiro seria proveniente, direta ou indiretamente, de atividade criminosa, pois os dois homens integrariam uma organização internacional especializada no tráfico de entorpecentes.

A dupla responde à Justiça em liberdade e as autoridades não sabem do paradeiro deles. Mesmo assim, o processo continuou e, cinco anos depois, os estrangeiros foram denunciados pelo MPF. Os dois desembarcaram em Fortaleza, em voo procedente de Guarulhos, São Paulo, às 2 horas do dia 3 de junho de 2013.

Proibido

Mohamed Faizel portava a quantia de US$ 25.100,00 (vinte e cinco mil e cem dólares), enquanto o outro acusado, Revino Wendel, estava com US$ 27.000,00 (vinte e sete mil dólares). O dinheiro encontrado na bagagem de mão dos estrangeiros ultrapassava o valor de 10 mil reais e não havia sido declarado, o que é proibido de acordo com as regras impostas pelo Conselho Monetário Nacional e a Secretaria da Receita Federal.

As 521 notas de 100 de moeda americana foram periciadas pela Polícia Federal, que confirmou a autenticidade. Um dos homens procurou a Receita Federal e apresentou um contrato de compra e venda como "prova" da origem do dinheiro, mas "dada a fragilidade da comprovação, o dinheiro não foi liberado", segundo o processo.

A suspeita das autoridades sobre a origem ilícita do dinheiro foi confirmada depois dos levantamentos sobre a ficha criminal da dupla nos arquivos da International Criminal Police Organization (Interpol). Mohamed Failzel Leakat é ex-oficial de Polícia no seu país e possui registros policiais no Suriname. Ele havia sido preso em setembro de 2010 pelo Departamento Anti-Narcóticos da Korps Politie Suriname (KPS). Já o holandês Revino foi denunciado em uma grande operação de combate ao narcotráfico na Holanda, conhecida como "Ambarella". Além disso, Revino é investigado na Bélgica pelos crimes de tráfico de drogas e formação de quadrilha.

Viagens

O fluxo migratório da dupla em solo brasileiro também colaborou para a conclusão das autoridades sobre a origem criminosa do dinheiro. Mohamed e Revino Wendel fizeram várias visitas ao País com pouquíssimo intervalo temporal entre cada viagem.

O primeiro possuía duas saídas entre o dia 18 de abril de 2013 e 6 de junho do mesmo ano. Já o segundo, só no ano de 2013, entre o período compreendido entre o dia e 17 de abril e 4 de setembro, saiu do Brasil quatro vezes.

Antes da apreensão do dinheiro, os dois entraram no Brasil pelo Aeroporto Internacional Val de Cans, em Belém. A cidade situada no Norte do País faz parte de uma das rotas do narcotráfico mais conhecidas do País.

"Dinheiro esse proveniente, direta ou indiretamente, de atividade certamente criminosa (tráfico de drogas, crimes de que ambos foram acusados em seus países). Ressalte-se que o fluxo migratório e as constantes entradas no País são compatíveis com a prática dessa atividade ilícita. Acrescente-se que os acusados não possuem residência fixa no Brasil", afirmou o Ministério Público Federal na denúncia.

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