Empresário cearense foragido há um ano é preso em Alagoas

Jovilson Coutinho Carvalho é acusado de liderar um esquema criminoso que desviou milhões de reais em tributos do Estado do Ceará

Escrito por Redação , seguranca@verdesmares.com.br
Legenda: A Polícia Civil do Ceará divulgou, ontem, que a prisão aconteceu, na última quinta-feira (15), em Alagoas Jovilson Coutinho Carvalho teria criado a estrutura para fraudar a arrecadação de tributos, operando empresas de fachada A 'Operação Dissimulare' foi deflagrada em 2017. Os 14 detidos no decorrer do processo, respondem em liberdade
Foto: FOTO: PAULO SADAT

O 15º acusado de participar de um esquema de sonegação de impostos no setor têxtil cearense foi preso. O empresário Jovilson Coutinho Carvalho, considerado líder da quadrilha, estava foragido há mais de um ano, desde quando foi deflagrada a 'Operação Dissimulare'. Ele foi capturado durante diligências interestaduais, no Estado de Alagoas.

A Polícia Civil do Ceará (PCCE) divulgou, ontem, que na última quinta-feira (15) Jovilson foi encontrado em uma fazenda, no Município de São José da Laje. O empresário foi denunciado pelo Ministério Público do Ceará (MPCE) por crimes contra a ordem tributária, lavagem de dinheiro e organização criminosa, junto de outros comparsas. O bando teria causado um prejuízo estimado em R$ 430 milhões aos cofres públicos do Estado do Ceará; e teria realizado movimentações financeiras que ultrapassam R$ 1 bilhão.

Conforme o titular da Delegacia de Crimes Contra a Administração e Finanças Públicas (DCCAFP), delegado Márcio Gutierrez, a prisão do acusado foi consequência de um ano de investigação e cruzamentos de informações. Durante o processo, a Polícia Civil descobriu que Coutinho vinha praticando lavagem de dinheiro, inclusive, em outros estados do Brasil.

"Conseguimos finalmente colocar as mãos em um chefe de organização criminosa, que causou prejuízo milionário. Ele constitui empresas de fachada e movimenta contas por meio de cheques em branco. Apreendemos uma vasta quantidade de cheques e uma caminhonete Hilux, que estava em nome de um 'laranja'", contou o delegado.

As apurações apontaram para Jovilson Coutinho, como um dos líderes da quadrilha. Dentre os crimes pelos quais ele já tinha passagens estão estelionato e fraude. O acusado foi transferido de Alagoas para o Ceará, sábado (17). Agora, segundo Márcio Gutierrez, está à disposição da Vara de Crimes Organizados do Estado.

Durante entrevista coletiva, o delegado geral da Polícia Civil do Ceará, Everardo Lima, destacou que "para fechar a 'Operação Dissimulare' resta ainda a prisão de mais um dos componentes do grupo". A pessoa a quem Lima se refere é Francisco José Timbó Farias, um dos supostos operadores do esquema, responsável por cooptar pessoas para serem 'laranjas' nas sonegações.

Movimentação

Em setembro de 2017, quando 14 investigados de participação foram capturados, a Polícia divulgou que Coutinho havia criado o sistema de compra de mercadoria em outros estados, enquanto gerenciava empresas de fachada, no Ceará. De 120 a 150 firmas constituídas por 'laranjas' eram operadas pelo grupo.

"Eles tinham a possibilidade de recolher os tributos depois. Com isso, havia tempo hábil para não entrarem no radar da Secretaria da Fazenda e do próprio Sistema de Segurança. Só de 'laranjas' catalogamos mais de 100 nomes", afirmou Gutierrez.

Dentre os presos há três empresários do ramo têxtil, dois auditores da Secretaria da Fazenda (Sefaz) e contadores. Segundo a Sefaz, a estrutura montada para sonegar tributos foi descoberta com a delação de três pessoas, que já haviam integrado o bando.

A Polícia Civil investiga a participação indireta de comerciantes da 'Feira da José Avelino' onde, conforme as apurações, era comercializada parte da mercadoria irregular. Todos os detidos na 'Dissimulare' respondem ao processo em liberdade.

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