Assassinato vira um mistério

Escrito por Redação ,
Legenda:
Foto:
Polícia não sabe ainda quem é a mulher vista com advogado horas antes de o corpo dele ser localizado no Guajiru

Depois de quase um mês do assassinato do advogado Antônio Jorge Barros Lima, no último dia 31 de maio, a Polícia Civil continua tentando identificar a mulher que, segundo testemunhas, foi a última pessoa a ser vista em companhia dele e que pode ser a peça-chave para o esclarecimento do crime.

A suspeita teve seu retrato falado divulgado pelas autoridades policiais e, depois disso, várias denúncias chegaram às mãos do delegado William Cordeiro, titular do 35º DP (Curió) e presidente do inquérito policial. "Estamos averiguando uma a uma, cada denúncia. Apostamos que, no momento em que essa mulher for identificada, o caso estará em boa parte elucidado. Tudo leva a crer que ela participou do crime", explicou Cordeiro.

Testemunhas

Segundo Cordeiro, três mulheres já chegaram a ser submetidas a reconhecimento pela secretária do advogado Jorge Barros e seu colega de escritório que viram a suspeita com a vítima pela última vez.

"As testemunhas não reconheceram nenhuma das mulheres. Então, continuamos as buscas", explicou.

O delegado catalogou todas as denúncias e continua esperando contar com a colaboração da população com informações que levem à prisão dos acusados. "Temos uma linha certa de investigação, mas não podemos revelar ainda".

Até a próxima quinta-feira (1º de julho) Cordeiro terá que encaminhar o inquérito para a Justiça. "O prazo para remessa do inquérito à Justiça está terminando, então, faremos um relatório com o material já obtido e encaminharemos para o Poder Judiciário para apreciação. Talvez seja necessária a solicitação de uma prorrogação do prazo para darmos continuidade às investigações", adiantou.

O assassinato

No dia 31 de maio, o advogado criminalista e desportista Jorge Barros foi encontrado morto na caçamba de uma picape Montana Conquest, prata, de placas NQX-1603 (Eusébio), com vários ferimentos a bala, a maioria na cabeça. Cerca de uma hora antes de morrer, segundo testemunhas, o advogado esteve com uma mulher, em seu escritório, que ele apresentou a um colega como sendo uma ´cliente´. A secretária de Jorge Barros e outro advogado viram quando ele saiu do escritório com a desconhecida e, algum tempo depois, foi achado morto.

Dada a gravidade do caso, a Ordem dos Advogados do Brasil, Secção Ceará (OAB-CE), criou, no início de junho, uma comissão especial para acompanhar a investigação sobre a morte do advogado.

A princípio, a Polícia descartou a hipótese de um caso de latrocínio (roubo seguido de morte). Em seguida, tentou descobrir se a morte do advogado estaria ligada ao seu exercício profissional. Também foi investigada possibilidade de se tratar de um caso passional. Na semana seguinte ao crime, as investigações passaram a ser realizadas de forma sigilosa.

Em conversa com os amigos dias antes de ser assassinado, o advogado, que também era piloto de corridas, revelou que estava temeroso de ser vítima de um sequestro, mas não revelou a razão disso. Foram conversas que ele teve, informalmente, no Autódromo Virgílio Távora, no Eusébio, onde costumava praticar seu esporte favorito, o automobilismo. O criminalista Leandro Vasques encaminhou ofício ao Secretário da Segurança, Roberto Monteiro, pedido mais inspetores para apurar o caso.

FERNANDO RIBEIRO/NATHÁLIA LOBO
EDITOR/REPÓRTER
Os destaques das últimas 24h resumidos em até 8 minutos de leitura.