Advogados da banda Sala de Reboco negam que carro alvejado tenha furado bloqueio policial

Os advogados afirmam que o condutor do veículo parou o carro em um bloqueio e nesta parada o carro foi atingido pelos disparos

Escrito por Redação ,
Legenda: O sanfoneiro Eliedelson Possidônio Júnior, atingido na perna, foi transferido para Salvador

Os advogados da banda cearense Sala de Reboco contestam a versão de que o veículo do grupo alvejado na madrugada da última sexta-feira (5) tenha furado um bloqueio policial, no município de Irecê, na Bahia. Conforme, o advogado da banda no Ceará, Israel Sampaio, os músicos contam que foram perseguidos por um carro que não estava com a sirene ligada e que pararam no bloqueio.

Os disparos que atingiram o veículo levando a dançarina Gabriela Amorim a óbito e feriram o sanfoneiro Eliedelson Possidônio Júnior e a cantora Joelma Rios, segundo o advogado, foram efetuados no momento desta parada. 

"Infelizmente, foi uma medida trágica da Polícia Militar da Bahia. Houve uma verdadeira tragédia, uma vez que, as vítimas foram abordadas de forma violenta pela Polícia de forma totalmente desproporcional, descabida, na qual houve um metralhamento do carro que as vítimas se encontravam. Foram aproximadamente 38 tiros e 38 tiros é uma coisa que realmente tem que ter essa reação se tiver uma ação ostensiva, o que não houve", afirma o advogado. 

De acordo com ele, a afirmação que o carro teria furado o bloqueio é "totalmente irreal".

"Eles voltavam de shows que faziam na região à noite quando perceberam que estavam sendo seguidos por um carro. Não tinha sirene. Não tinha nada que identificasse o veículo como um viatura policial. Quando perceberam que existia o bloqueio eles pararam e foram alvejados por 38 tiros". 

A outra advogada da banda no Ceará, Gina Possidônio - irmã do sanfoneiro atingido - reitera o argumento de Israel e acrescenta que "eles estavam voltando de um jantar e foram perseguidos por um veículo não identificado, o que fez as vítimas pensarem que poderia ser uma tentativa de assalto. O que é comum na região". 

A versão apresentada pelos advogados confronta a da Polícia Militar da Bahia que, em nota, havia informado que "o condutor não respeitou o alerta de parada" e que o carro da banda estaria trafegando na contramão no centro de Irecê. 

Segundo a nota: “Uma guarnição da unidade flagrou um veículo modelo Hilux SW4, de cor preta, trafegando na contramão, no centro do município de Irecê, e iniciou o acompanhamento ao perceber que o motorista permanecia com uma direção perigosa. Dessa forma, foi pedido apoio ao 7º Batalhão e formado o primeiro bloqueio, na altura da Rua 1º de Janeiro. O condutor não respeitou o alerta de parada e um novo bloqueio foi estabelecido por equipes do 7º Batalhão, desta vez na Avenida Santos Lopes”. 

No momento, há cinco advogados atuando no caso, sendo três na Bahia e dois no Ceará. Conforme a dupla de advogado no Ceará, o depoimento das vítimas já foram tomados pela polícia baiana. No entanto, o sanfoneiro Eliedelson Possidônio Júnior, devido seu estado de saúde, ainda não foi ouvido. 

Amputação de perna de sanfoneiro é descartada

A advogada do caso e irmão do sanfoneiro, Gina Possidônio, disse que o quadro do músico é estável e ele segue realizando exames no Hospital Geral do Estado da Bahia, em Salvador. "Provavelmente ele terá que fazer outra cirurgia, mas isso só será definido após esses exames". 

De acordo com ela, no atual quadro clínico do sanfoneiro, a possibilidade de amputação da perna foi descartada, mas ressalta que "o estado do paciente é delicado". 

Além das vítimas atingidas pelos disparos estavam no carro outra dançarina do grupo e o motorista do veículo.
 

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