Acidentes com ultraleves deixaram quatro mortos em 10 anos no CE

Dos 22 sinistros aéreos ocorridos na última década, seis envolveram esse tipo de aeronave, utilizado principalmente para desporto e recreio. Vítimas foram registradas nas cidades de Aquiraz, Itapipoca e Cascavel

Escrito por Redação , seguranca@verdesmares.com.br
Legenda: Nos últimos 10 anos, o Sipaer contabilizou 200 acidentes e 28 incidentes graves com ultraleves

Um avião de pequeno porte caiu em região de mata no distrito de Tapera,em Aquiraz, na tarde do último sábado (9). Embora incomuns, sinistros com aeronaves desse tipo ocorrem. Nos últimos 10 anos, foram registrados seis acidentes - três desses com registros de mortes - e outros dois incidentes graves (casos sem danos materiais ou humanos) com ultraleves no Ceará, conforme dados do painel do Sistema de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Sipaer), da Força Aérea Brasileira (FAB).

Na ocorrência de sábado não houve vítimas. Conforme o Corpo de Bombeiros, uma viatura de combate a incêndio e salvamento da guarnição de Messejana foi enviada ao local. A aeronave, destruída, pegou fogo. Moradores da região informaram que apenas o piloto estava no veículo. Ele saiu consciente, apenas com queimaduras no braço, e foi socorrido por populares.

Há dois meses, no dia 12 de janeiro deste ano, uma aeronave decolou de um aeródromo em Aquiraz, às 10h40, com destino a uma fazenda no município de Touros, no Rio Grande do Norte, com um piloto e um passageiro a bordo.

Segundo testemunhas, chovia na região da Praia de Águas Belas, em Cascavel, e a aeronave encontrou condições meteorológicas adversas. O ultraleve impactou contra o mar a cerca de 150 metros da faixa de areia. Os dois ocupantes do avião morreram ainda no local.

Foto: Fonte: Sipaer/FAB

Em janeiro de 2018, outro ultraleve decolou de Aquiraz, por volta de 12h40, para um voo local, somente com o piloto a bordo. Cerca de três minutos após a decolagem, a quase 200 metros de altura, houve a perda de controle em voo. A aeronave colidiu contra a copa de uma árvore e chocou-se com o muro de uma propriedade. Os danos do ultraleve foram substanciais, e o piloto sofreu lesões graves. Segundo o relatório final da ocorrência, as condições meteorológicas eram propícias à realização do voo visual, e o veículo de transporte se mantinha dentro dos limites de peso e balanceamento. No entanto, o piloto estava com o Certificado Médico Aeronáutico (CMA), exame de saúde que certifica a aptidão física e mental do aeronauta, vencido desde abril de 2015, e com a habilitação de Avião Monomotor Terrestre suspensa.

No ano anterior, também em janeiro, uma aeronave saiu de um aeródromo em Camocim, para um voo local, com dois ocupantes. Durante a decolagem, houve a perda de controle em voo, o que levou a aeronave a colidir com a parede de uma residência. Já em setembro de 2015, um ultraleve fazia voo entre Fortaleza e Massapê. Por volta das 6h20, o avião foi avistado sobrevoando a serra de Arapari, em Itapipoca, e, em seguida, ouviu-se o ruído do seu impacto contra o solo. Chovia no local, no momento do acidente.

Perda de potência

Em 27 de junho de 2014, uma aeronave experimental decolou do aeródromo de Fortaleza para um voo na vertical. Depois da decolagem, o ultraleve apresentou perda de potência do motor, realizando um pouso forçado. Porém, não foi possível identificar os danos sofridos pelo veículo porque o operador o desmontou e o retirou do local sem a autorização do comando investigador.

Antes disso, em 13 de junho de 2010, por volta de 12h50, uma aeronave caiu de bico no solo, no momento do pouso, em Aquiraz. O piloto morreu e um passageiro saiu com ferimentos leves. Já os dois incidentes graves ocorreram em 2011 e 2018. Nas duas, as aeronaves fizeram pousos de emergência. Segundo o Comando da Aeronáutica, o objetivo das investigações realizadas pelo Sipaer é a prevenção de futuros acidentes aeronáuticos.

Os destaques das últimas 24h resumidos em até 8 minutos de leitura.