10 meses após morte de Gegê e Paca, suspeitos continuam foragidos

Nove membros do PCC acusados de matar os líderes da própria facção, se mantêm longe do alcance da Polícia. Última cartada das autoridades foi tentar encontrar o cearense Carlenilto Maltas em dois novos endereços

Escrito por Redação , seguranca@verdesmares.com.br

Gilberto Aparecido dos Santos, o 'Fuminho'; Carlenilto Pereira Maltas, o 'Ceará'; André Luís da Costa Lopes, o 'Andrezinho da Baixada'; Erick Machados Santos, o 'Neguinho Rick da Baixada'; Ronaldo Pereira Costa; Tiago Lourenço de Sá de Lima; Renato Oliveira Mota; Maria Jussara da Conceição Ferreira Santos; e Jefte Ferreira Santos. A Polícia cearense segue em busca dos nove foragidos, acusados de matarem Rogério Jeremias de Simone, o 'Gegê do Mangue', e Fabiano Alves de Sousa, o 'Paca'.

10 meses após o assassinato dos líderes da organização criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC) - no dia 15 de fevereiro deste ano, em Aquiraz - os mandados de prisão contra os acusados, também membros da facção, seguem em aberto. A última cartada das autoridades foi tentar encontrar Carlenilto em dois novos endereços, na Capital.

Para isso, a 1ª Vara da Comarca de Aquiraz enviou duas Cartas Precatórias Criminais à Comarca de Fortaleza, para que os oficiais de Justiça citem e intimem o acusado a responder à acusação do Ministério Público do Ceará (MPCE), no último dia 12 de novembro. Mais de um mês depois, as Cartas ainda não constam como cumpridas.

O Diário do Nordeste foi até os dois endereços que surgiram na investigação e não encontrou 'Ceará'. Na Alameda Maria da Glória, no bairro Cidade 2000, o imóvel estava desocupado. Sem nenhum rastro de quem esteve ali. Vizinhos não conhecem Carlenilto nem Carlos - nome falso que o acusado utilizou e com o qual ludibriou a Polícia por algumas semanas. E informaram que o proprietário da casa se chamava Paulo e o último locatário, Manoel, deixou a residência há quase um ano.

Já na Rua Mozart Bezerra, na Lagoa Redonda, muros altos, portão fechado e silêncio. A reportagem procurou a defesa do acusado, mas as ligações não foram atendidas. Tentativas em vão.

Os investigadores já foram a outros imóveis cadastrados em nome dos foragidos, em Fortaleza e no interior, e também remeteram cópias dos autos e das ordens judiciais a São Paulo - berço do PCC e morada da maioria dos denunciados. A Justiça estadual determinou que os nomes entrassem no Canal de Difusão Vermelha da Interpol (Organização Internacional de Polícia Criminal) - a lista dos mais procurados do mundo. E nada de encontrá-los.

Prisão

Felipe Ramos Morais, apontado como piloto do PCC e responsável por transportar assassinos e vítimas para um crime cinematográfico - com uso até de um helicóptero - foi o único acusado preso, em dez meses de investigação. Ele foi detido em Caldas Novas, Goiás, no dia 14 de maio deste ano. O piloto chegou a ser transferido para o Ceará, mas hoje está recluso na Penitenciária Federal de Segurança Máxima de Campo Grande, no Mato Grosso do Sul.

Neste período, além do piloto, apenas 'Andrezinho da Baixada' foi visto pela Polícia. Em uma atitude até hoje inexplicada, ele se apresentou à Delegacia de Guarujá, em São Paulo, no dia 25 de outubro último. Porém, como era véspera de Eleições, ninguém podia ser preso, exceto em situação de flagrante ou condenado pela Justiça, como determina a Lei Eleitoral. Desde então, 'Andrezinho' não foi mais localizado.

Os destaques das últimas 24h resumidos em até 8 minutos de leitura.
Assuntos Relacionados