Radiestesia é utilizada no Sertão Central

Escrito por Redação ,
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Quixadá (Sucursal) — Proprietários de sítios e fazendas neste Município estão buscando na radiestesia, uma ciência milenar, mística e intuitiva, a solução para um grave problema na região: a falta d´água. Passada a quadra invernosa, a escassez do líquido se torna o maior empecilho à sobrevivência humana, animal e vegetal. Onde não há água não há vida.

O agropecuarista Francisco Manoel Cândido Fernandes, 61 anos, possui uma propriedade de pouco mais de 78 hectares na periferia de Quixadá. Recentemente contratou um especialista para lhe indicar onde poderia cavar um poço profundo na pequena fazenda. Cria gados, cabras e ovelhas. Teme que a pouca água acumulada no último período invernoso não seja suficiente. A solução já foi encontrada, falta apenas cavar. Ele está aguardando as máquinas.

“Manezinho Cândido”, como é tratado pelos amigos, garante que a confiança na solução do problema não se dá a tôa. O mesmo estudo foi realizado em propriedade que possui, a Fazenda Jardim, em Banabuiú. Aceitou a orientação, cavou o poço e de onde menos imaginava jorrou água. São mais de 3 mil litros/ hora. “O homem mexe umas varas. Gira uns pêndulos . Anda para cá e para acolá e depois diz uma palavra mágica: É aqui !. A coisa é estranha mas dá certo”.

Ele se refere ao aurorense Antônio Rivaldo Leite, 48 anos, o único radiestesista que conhece. Leite utiliza a estranha técnica para localizar água debaixo do solo. A cada poço cavado o especialista conquista mais fama e respeito. Assim como “Manezinho”, aguarda ansioso a escavação de mais um poço, o 43º.

Pelas contas do especialista, quando o serviço for concluído, será o 40º a ejetar água de fendas subterrâneas em áreas que foram “condenadas” por geólogos. Terá assim o acerto estatístico de mais de 90%.

E a cada descoberta, o radiestesista firma ainda mais seu dom. Para constar as proezas do “mágico das águas”, como Rivaldo Leite já está sendo reconhecido na região, a reportagem seguiu aos locais onde foram cavados a maioria dos poços. A cada visita, um impressionante testemunho. Embora os proprietários dos sítios e fazendas não estivessem presentes, os caseiros relataram os espantos e a satisfação dos patrões.

Foi assim na chácara Davilândia, em Dom Maurício, na Serra do Estevão, distante 27km do Centro de Quixadá. Vicente Paulo Borges, 36 anos, recordou até a data da proeza, 8 de maio de 2003. Lembrou que o patrão, o professor aposentado da UFC, Gerardo José Campos, lhe determinou que derrubasse parte da varanda da morada para que o poço fosse escavado. De lá para cá nunca mais faltou água. Os vizinhos também foram beneficiados. “O poço tem tanta água que sobra”, comentou o caseiro.

O professor Campos, pedagogo, filósofo e teólgo, aposentado, confirmou a confiança no radiestesista. Comentou que contratou um geólogo para lhe indicar onde havia água. Teve como resposta a escassez do líquido naquela área. Acreditou no radiestesista. Confessa que arriscou mas não se arrependeu. “Contra fatos não há argumentos”, completou.

Bem pertinho dali, no Sítio Padre Cícero, a situação não foi diferente. O responsável pela propriedade, Raimundo da Silva, recorda que geólogos haviam dito ao patrão, José Odilon Silveira, que não havia água subterrânea naquela localidade. Ao rever o radiestesista Rivaldo Leite, além da simpatia e do reconhecimento, ao vê-lo simular como encontrou o poço na extrema do sítio, deixou escapar: “Se eu tivesse uma varinha dessas, tava podre de rico”.

As façanhas de Rivaldo Leite vão mais além. Dentre os poços detectados por ele, consegue apontar com precisão a vazão e a profundidade de cada um deles. Até a utilização da água para consumo humano, se é adequada ou não. Quem teve a oportunidade de contratar seus serviços fica impressionado com sua habilidade.