Preços dos alimentos disparam com alta procura para ceia de Páscoa

Muitos consumidores ainda buscam, na véspera do domingo pascoal, adquirir os produtos que vão compor a tradicional ceia. Com a alta demanda, os valores foram majorados. A alternativa é pesquisar e substituir alguns itens

Escrito por Redação , regiao@verdesmares.com.br
Legenda: Quem deixou para comprar os alimentos da ceia de Páscoa na última hora encontrou preços mais caros, devido à alta procura
Foto: FOTO: ANTONIO RODRIGUES

O dia que antecede a Páscoa, data em que os católicos celebram a Santa Ceia, é marcado por intensa movimentação nas feiras livres e mercados das cidades do interior do Estado. Consumidores buscam os alimentos que compõem a cesta da Semana Santa, dentre eles, o pescado de água doce, queijo de coalho, frutas e legumes em geral. Com a alta demanda, os preços estão mais caros em relação às primeiras semanas deste mês de abril.

Essa é a preocupação da maioria dos sertanejos. Como alternativa, no entanto, alguns anteciparam as compras temendo majoração do preço e, até, falta dos produtos. Em Iguatu, por exemplo, o preço do quilo do feijão-verde subiu nos últimos dias de R$ 6,00 para R$ 8,00. O quilo do jerimum passou de R$ 2,00 para R$ 3,00. Já o quilo do queijo de coalho é vendido por R$ 19,00 no mercado público. Em igual período do ano passado, custava R$ 16,00. No fim da semana passada, era vendido por R$ 18,00.

"Infelizmente, todos os anos quando chega a Semana Santa, sobe tudo, é uma carestia", reclamou a aposentada, Francisca Queiroz. "Os feirantes deviam não fazer isso". Para os comerciantes, a justificativa está na prática da lei da oferta e da procura.

O pescado de água doce é vendido com preço entre R$ 10,00 e R$ 12,00, dependendo do tamanho e da variedade do peixe. O mais procurado é a tilápia, que caiu no gosto da população e custa R$ 11,00 o quilo, oriundo da Bahia, já que não há mais produção nos açudes da região, que tinham criatórios em gaiolas.

Os supermercados e mercadinhos também comercializam os produtos da feira livre que compõem a cesta básica da Semana Santa, e os preços são em média 10% mais elevados em comparação com os feirantes. A Páscoa é considerada a segunda data mais importante depois do Natal para o setor comercial.

O presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas de Iguatu (CDL), José Mota Luciano, disse que o setor trabalha com a perspectiva de crescimento de 5% em relação a 2018.

Cariri e Sertão Central

Em Juazeiro do Norte, a alta nos preços na Semana Santa também foi sentida a partir da última segunda-feira (15). O preço dos alimentos vendidos pelos próprios fornecedores dobrou e, em alguns casos, até triplicou. O comerciante José Jesus Pereira, que trabalha há 11 anos no Mercado Pio XII, conta que a caixa da batata de 50 kg, que era vendida por R$ 30 passou para R$ 70.

O mesmo volume da cenoura subiu de R$ 40 para R$ 150. "A gente sobe porque já compra mais caro. O pessoal reclama muito. O cento do coentro que era 10, 12 reais foi para 35". A aposentada Tereza Praxedes reclama. "Eu venho com dinheiro contado e tive essa surpresa", admite. "Desde ontem subiu, minha irmãzinha", adverte José a cliente.

Em Quixadá, cidade em que a religiosidade tem forte presença, a preferência da população para a Ceia Santa ainda é o pescado. A tilápia começou a ser procurada nos balcões no fim do mês passado. Nas últimas semanas, o preço variou de R$ 11 a R$ 15 quilo. Em alguns estabelecimentos e bancas da feira, a previsão de venda para hoje é de R$ 20.

Orientação

Economistas avaliam que a melhor alternativa para fugir dos preços superlativos é antecipar as compras. Para os que deixaram para a última hora, a orientação é pesquisar antes de adquirir os produtos. Vale também trocar marcas tradicionais por outras mais baratas.