Passeio inclui natureza e muita história da região

Escrito por Redação ,

Em Baturité, essa história se inicia na antiga Companhia Cearense da Via Férrea, inaugurada em 1882, onde atualmente funciona o Museu Municipal. Instalado no prédio da então Estação Ferroviária, ainda guarda elementos arquitetônicos autênticos, formando um patrimônio histórico com um acervo de objetos, documentos e fotografias que traduzem a importância econômica da cafeicultura na região, sendo a principal motivação para a sua construção.

>Rota pretende aquecer economia

Café sombreado é alternativa ecológica

Ainda seguindo os passos da história, pelo clima propício ao cultivo de café e a sua proximidade de Fortaleza, a Serra de Baturité atraiu os fazendeiros, cujo volume de produção foi suficiente para promover o desenvolvimento de várias cidades da região, no decorrer do século XIX.

O café cearense era transportado para os portos mais próximos, em especial o de Fortaleza. De lá, seguia para a Europa e também para os Estados Unidos. Uma dessas propriedades era a Fazenda Caridade, onde foi erguido o Mosteiro dos Jesuítas, ainda produzindo e comercializando café sombreado.

Acompanhando a Rota, um pouco mais acima, é possível chegar ao reduto do café sombreado, Mulungu. Conforme dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o Município era o maior produtor do Ceará, com cerca de 30% da safra estadual. Mulungu abriga uma propriedade centenária, o Sitio São Roque, com uma área de 320 hectares, um santuário ecológico, situado numa área de preservação ambiental, pioneiro no cultivo de café sombreado.

Atualmente, a produção de café continua, com beneficiamento no próprio sítio. Gerardo Farias, proprietário que acaba de comemorar seus 90 anos de idade, é a memória viva da trajetória do café na serra. Foi o primeiro presidente da Associação dos Produtores Ecológicos do Maciço de Baturité e responsável pela preservação das belezas naturais. As flores, os pássaros, as fontes de água potável são exemplos da imensidão da riqueza do lugar, garante.

Seguindo para o outro extremo do Maciço, encontram-se no percurso os sítios Rio Negro, Floresta e São Luís. Eles têm como peculiaridade o hábito rural serrano e suas identidades. O Rio Negro, além da degustação do café orgânico comercializa alguns derivados do leite produzidos na propriedade.

O Esperança, além da sua arquitetura colonial, tem o engenho para visitação e sua produção de cachaça e de banana. Já o São Luís tem um casarão com mais de 150 anos em traços da arquitetura holandesa.

Com toda essa riqueza, resta apenas despertarem como equipamentos de exploração econômica, com um novo olhar, onde o empreendedorismo, nas novas gerações, é fundamental para revitalizar esta economia.