Tremores de terra voltam a ocorrer no Sertão Central do Ceará

Abalos sísmicos no Ceará são recorrentes, imprevisíveis e podem ocorrer indefinidamente, explica estudioso

Escrito por Alex Pimentel ,
Legenda: Epicentro do tremor foi registrado na zona rural de Quixeramobim
Foto: Reprodução

Quatro meses após o último registro sismológico na região central do Estado a terra voltou a tremer em Quixeramobim. De acordo com o sismólogo Eduardo Menezes, do Laboratório Sismológico (LabSis) da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), o epicentro dos tremores foi novamente nas localidades de São Joaquim e Fogareiro.

Os abalos, de magnitude 2.0 na escala Richter, ocorreram por volta das 21h30 desta segunda-feira (7) e às 2h17 da madrugada desta terça-feira (8). Ainda de acordo com Eduardo Menezes a região não registrava tremores de intensidade mais forte desde 20 de abril.

"Isso mostra que tremores no Nordeste estão sempre ocorrendo e nunca se descarta a possibilidade de que os mesmos parem de ocorrer definitivamente. Como já se sabe, tremores de terra não se conseguem prever, nem sua hora nem o local onde os mesmos venham a acontecer", explicou o sismólogo.

"O LabSis continua monitorando os tremores e dando todas as informações à sociedade e também assessorando com informações precisas as Defesas Civis dos municípios afetados, não só no Ceará como em todo Nordeste do Brasil", acrescentou Menezes.

Registros anteriores

O maior abalo sísmico detectado na região ocorreu em abril, por volta das 23h30. O tremor de magnitude 3,3 foi sentido em diversas localidades dos municípios de Quixeramobim, Madalena e Boa Viagem e registrado por diversas estações da Rede Sismográfica Brasileira (RSBR) operadas pela UFRN, inclusive a estação de Itapé (NBIT), a aproximadamente 1.100 km do epicentro, conforme informações do LabSis.

Causas

Tremores de terra são comuns no Ceará. Segundo o Laboratório de Sismologia da UFRN, os tremores ocorrem devido a fossas subterrâneas que estão constantemente em atividade sismológica. As fossas são ligadas ao encontro das placas tectônicas no Oceano Atlântico, que ligam a América do Sul ao continente africano.

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