Servidores de Baturité ocupam Secretaria para cobrar salários atrasados

Funcionários reivindicam o pagamento do mês de outubro e outros benefícios atrasados

Escrito por Redação ,

Servidores públicos de Baturité, cidade localizada a 100 quilômetros de Fortaleza, ocupam, desde a manhã da última segunda-feira (21), a Secretaria de Finanças do município. Eles cobram salários atrasados desde o mês de outubro.

De acordo com o presidente da Associação dos Agentes de Combate às Endemias, Leal Júnior, a prefeita de Baturité, Cristiane Braga (PT), prometeu pagar os salários do mês de outubro até 30 de novembro e que o 13º seria pago até 10 de dezembro. 

Eles alegam que Cristiane Saraiva Braga priorizou o pagamento de fornecedores em detrimento dos funcionários públicos. "Ela não pagou os salários referentes ao mês de outubro, mas os fornecedores vêm aqui na secretaria e saem felizes da vida com o dinheiro do município", disse Leal Júnior.

Em entrevista ao Diário do Nordeste, a prefeita rebateu as críticas, mas confirmou o atraso nos salários. “Isto é uma questão da conjuntura nacional, não é somente Baturité que está sofrendo com isto, mas tudo será resolvido até o dia 30”, declarou a gestora.

Cristiane Saraiva disse ainda que os atrasos atingiram somente os Agentes de Saúde e de Endemias, que compreendem 20% do quadro de funcionários públicos. Já em relação às denúncias de priorizar fornecedores, ela foi enfática: “Não há nada disso. Nego tudo. Isto é uma questão política de pessoas que querem tumultuar o fim do meu mandato”, 

Segundo documentos enviados pelos servidores, a prefeitura pagou mais de R$ 150 mil para "manutenção preventiva e corretiva de veículos e fornecimento de oxigênio" e mais de R$ 100 mil em locação de veículos.

Falta de materiais de saúde

Além dos Agentes de Combate às Endemias, outros servidores afirmam ter salários atrasados. De acordo com Eliza da Silva Souza, da Comissão do Sindicato dos Servidores Públicos de Baturité, os médicos da Unidade Municipal de Pronto Atendimento (Umpa)  não recebem desde setembro. "Eles moram em Fortaleza, além de não receberem eles ainda têm que se deslocar até aqui, eles estão ameaçando não vir mais. Os médicos cubanos estão em situação pior, faz três meses que não recebem, estão passando necessidades ", conta Eliza.

Eliza disse ainda que Baturité tem recebido verbas do Programa Nacional de Melhoria do Acesso e da Qualidade da Atenção Básica (PMAQ-AB), mas nada é repassado ao município desde abril.

De acordo com levantamento feito por meio de dados do Portal da Transparência, Baturité recebeu do Governo Federal, em 2016, R$ 40,5 milhões, sendo mais de R$ 9 milhões para saúde e cerca de R$ 4 milhões para educação.

Apesar das denúncias, a prefeita do município negou existir qualquer problema com falta de materiais em unidades de saúde.