Maranguape sedia evento de vaquejada neste fim de semana

Disputas seguem até domingo (21) e serão distribuídos R$ 350 mil em prêmios

Escrito por André Alencar ,

Vaqueiros de vários estados do Nordeste estão em Maranguape, na Região Metropolitana de Fortaleza. Eles vieram pra comemorar o primeiro ano do Complexo Franskim Pedro, que fica no distrito de Forquilha. Em pouco mais de 200 mil metros quadrados, o equivalente a vinte campos de futebol, o complexo atende à nova legislação sobre vaquejadas por atender às normas de respeito e bem estar dos animais. "Maranguape já tem Itapebussu, que se destaca há mais de setenta anos no segmento vaquejada e agora nós estamos aqui com um ano e esperamos crescer ainda mais", disse o diretor geral do complexo, Teógenes do Amanari. 

 Pra estimular o maior número de vaqueiros, trezentos e cinquenta mil reais em prêmios vão ser distribuídos. "São oito carros 0 km e três motos novas", apontou Teógenes. Ainda de acordo com ele, essa é a maior vaquejada do Ceará, em 2018. "É um marco na economia da região. Há geração de emprego e renda para os distritos vizinhos. Todas as pousadas estão ocupadas. Gera economia para os mercantis, supermercados, frigoríficos, padarias", disse Teógenes. 

A expectativa dos organizadores é que, no total, 500 mil reais sejam gerados na região. Números que incentivam criadores e, lógico, os vaqueiros. Clealdo Lima tem vinte anos de experiência. "Tudo que você vai se dedicar, tem que ir com atenção. Tem que ir com amor. Tem que ir com tudo, né... Muitas vezes, a gente até deixa de lado a família, mas a gente vai levando..."

Mil vaqueiros se inscreveram em seis diferentes categorias. São elas: profissional, amador, aspirante, derby, iniciante e feminina. 

Oitenta mulheres estão participando. Uma delas é a estudante universitária Débora Rodrigues. "Eu comecei a montar com meus 14 anos. E derrubei meu primeiro boi com quinze. Se fosse pra desistir, eu já tinha desistido, porque já levei muitas quedas e até hoje, eu corro. Me afastei um pouco, porque dediquei aos estudos, mas estou de volta.", conta.

 Entre tantos competidores, algumas histórias emocionam. O pequeno Luis do Vale tem apenas sete anos. E, se orgulha, de ter começado aos três. "Aprendi sozinho. Mas, com meu pai e meu irmão." Ele é filho de uma família de comerciantes, do município de São Benedito, no norte do Estado. Roberto é daqueles pais que sempre acompanham. "Meu orgulho é grande de ter um filho que gosta de vaquejada. Já caiu muito de cavalo, mas nunca desistiu." a mãe Evangelina também vai junto. Mas, diz que fica bem mais nervosa. "Nossa, meu coração fica apertado. A gente fica rezando e tudo dá certo."

 Depois das competições, os animais são acomodados numa estrutura conhecida como cidade dos vaqueiros. É onde vários caminhões ficam estacionados e terminam sendo usados como se fossem as casas dos vaqueiros. Valdeci tem mais vinte anos de experiência e já se acostumou. "A vida é essa. Nós chegamos aqui terça-feira a tarde. Eu trouxe nove animais. Aqui, a gente arma o curral. Traz a ração e o restante da equipe. A nossa tem três vaqueiros e três tratadores. A vida é essa aqui, de vaquejada em vaquejada." conta com orgulho

Assuntos Relacionados