Condutor de carro arrastado em Reriutaba estava bêbado e desapareceu, diz mãe de menino morto

"Só senti um senhor amarrando uma corda na minha cintura e me puxando", afirmou Francisca Isabelle, que perdeu o filho, levado pela correnteza

Escrito por Redação ,
Legenda: Em Reriutaba, acidente com veículo levado pela correnteza de rio deixou três mortos.
Foto: Maristela Gláucia

O motorista do veículo levado pela correnteza do Rio Juré, na zona rural de Reriutaba, no domingo (31), ingeriu bebida alcoólica pouco antes de dirigir. Segundo informações da polícia, o homem está foragido.

Três pessoas morreram afogadas quando o condutor de um veículo Fiat tentou atravessar uma passagem molhada no Rio Juré e o carro, com cinco pessoas, foi arrastado pela correnteza na noite deste domingo (31). Uma criança de dois anos e a avó, que estavam dentro do veículo, e um homem que tentou salvar os ocupantes do carro morreram. Os pais também estavam no carro, mas tiveram apenas escoriações. A mãe da criança chegou ao hospital em estado de choque.

De acordo com Francisca Isabelle Soares Marques, mãe da criança, a família foi ao local por insistência do condutor, que era companheiro da avó da criança há cerca de dois meses.

Mãe diz que 'apagou'

"Não era nem pra gente ter ido para aquele lugar. A gente tinha ido pra Otavilândia [distrito vizinho a Reriutaba], para passar só a tarde, mas o senhor, que era junto com a minha sogra, 'perturbou' pra gente ir pra cachoeira. Eu não sabia nem onde ficava", disse a mãe.

Depois de chegarem à cachoeira, começou a chover, disse Francisca. "[Eu sugeri] voltar pelo mesmo caminho que nós fomos, mas ele disse que queria passar no bar do sobrinho dele, já chovendo grosso. Chegando lá, começaram a beber", afirmou.

Ao sair do bar, o motorista garantiu conhecer o caminho. Mesmo com a companheira pedindo para ele voltar, por causa da grande quantidade de água na passagem, o homem insistiu. Segundo a mãe da criança, logo em seguida, o carro parou de funcionar. Os passageiros abriram a porta do veículo para sair, mas foram arrastados pela correnteza.

"Eu bati minha cabeça numa pedra e estava quase inconsciente. Não vi ninguém porque estava tudo escuro, chovendo muito e a água começando a subir mais. Só senti um senhor amarrando uma corda na minha cintura e me puxando", disse Francisca Isabelle.

Ela relembrou que, após ser socorrida, não sabia onde estavam os familiares. "Eu apaguei e, quando acordei, estava em uma cadeira. Estava querendo encontrar meu filho. Todo mundo tinha sumido, só o senhor que estava dirigindo que se salvou primeiro. Quando a ambulância veio me deixar, eu vi o rabecão passando e pensei 'meu Deus, meu filho morreu'. Eu fiquei sem chão. quando foi hoje de manhã, me deram a notícia de que ele tava morto".

O veículo foi retirado da água por moradores da região, na manhã desta segunda-feira (1º).

 

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