Canindé faz campanha pela permanência dos ursos Dimas e Kátia

Circulam nas redes sociais desenhos dos ursos com a hashtag #FicaDimas&Katia; As imagens foram produzidas pelo Zoológico São Francisco

Escrito por Redação ,

Desde setembro, quando Luisa Mell começou a campanha de "resgate" dos ursos Dimas e Kátia do zoológico de Canindé, localizado no sertão central do Ceará, que o Santuário de Canindé vem se tornando protagonista das publicações da ativista. Agora, a paróquia, que é responsável pela manutenção do espaço que abriga os ursos, aderiu a campanha #FicaDimas&Katia.  

Nas redes sociais alguns canindeenses se manifestaram apoiando a causa e postando a imagem produzida pelo Zoológico de São Francisco

dimas e kátia

Além da hashtag, o espaço que abriga várias espécies, fez uma pequena retrospectiva da história de Dimas, que chegou em Canindé em 2008, após ser abandonado por um circo em uma estrada próxima a cidade. 

dimas e kátia

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Repercussão 

O Santuário de Canindé e o Instituto Luisa Mell e a própria ativista estão se manifestando nas redes sociais, cada qual defendendo seu lado. O Santuário diz que a ativista está "incitando pelas redes sociais uma campanha de ódio e de preconceito até pela nossa condição de nordestinos". Em resposta, o instituto ressaltou que vê com perplexidade e tristeza o stories publicado pela paróquia. 

 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 

É com muita tristeza e perplexidade que recebemos esse stories feito pelo @santuariocanindece que nos acusa de sermos racistas e preconceituosos com o povo nordestino. Repudiamos qualquer forma de preconceito e o que nos causa estranheza, é que o Frei Marconi, que comanda a Arquidiocese responsável pelo Zoológico, que atualmente se encontra em situação irregular, sabe que mais da metade das pessoas que estiveram em reunião com ele solicitando a transferência dos ursos, são nordestinas e que milhares de nordestinos tem apoiado nas redes sociais a transferência. Ainda assim, tenta tirar o foco da discussão, e iniciar unilateralmente uma discussão preconceituosa entre os povos do Nordeste e Sudeste, com essa gravíssima acusação contra esse Instituto. Reiteremos que nosso foco não é campanha contra a Arquidiocese nem nenhuma pessoa ou povo e sim, apenas retirar os animais de uma condição invencível: o clima. Por isso, entendemos que qualquer argumento que não discuta biologia e fisiologia dos ursos ou clima do Canindé é inócuo e apenas tenta tirar o foco das discussões. Lamentamos que uma instituição centenária como a Arquidiocese, se comporte dessa maneira e se valha de argumentos tão vazios nas redes sociais, que oculte que a ursa Katia está doente há anos em todas as suas comunicações e não queira entrar em discussões técnicas construtivas.

Uma publicação compartilhada por Instituto Luisa Mell (@institutoluisamell) em

História 

O Zoológico de São Francisco começou quando romeiros começaram a trazer alguns bichos para São Francisco. Sentindo-se obrigados a cuidar destes animais, os frades escolherem o pátio da entrada do Convento de Santo Antônio para abrigá-los. 

Em 1974 foi construído um pequeno zoológico em frente ao museu e com a construção da Praça dos Romeiros veio a ideia de construir um novo zoológico. A obra foi executada pela Secretaria Estadual de Desenvolvimento Urbano e Meio Ambiente e a Casa de São Francisco, sob a orientação do IBAMA. A inauguração aconteceu em 13 de março de 1991.   

O local abriga vários espécimes, como o urso-pardo (Dimas e Katia), onça-pintada (jaguar), veado-catingueiro, leão, macaco-prego, porco-do-mato, raposa, guaxinim e coati. O espaço conta também com aves como o sabiá branca, papagaio cacau, galo-de-campina e até avestruz. Jabuti, jacaré e jiboia são alguns dos répteis presentes no zoo.

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