Diagnóstico errado quase fez grávida perder bebê

Escrito por Redação ,
Legenda: Recepção da unidade materno- hospitalar sediada na Jurema, em Caucaia
Foto: FOTO: JOSÉ LEOMAR
A mulher foi atendida no Hospital e Maternidade Santa Terezinha, em Caucaia, depois de sofrer queda em casa

Fortaleza "Fiquei assustada, podiam ter matado meu primeiro filho. Escapei de um erro médico", afirma a dona de casa Ilana Rodrigues de Melo Nunes, 24, grávida de três meses e meio, relembrando os momentos de tensão que passou no Hospital e Maternidade Santa Terezinha, em Caucaia, na Região Metropolitana de Fortaleza (RMF). Segundo ela, profissionais teriam diagnosticado por engano que o bebê estava morto.

Ela explica que foi à unidade médica, localizada no bairro Jurema, no último dia 26 de fevereiro, após sofrer uma queda em casa. Com muitas dores nas costas, cólica e perdendo líquido, Ilana conta que chegou por volta das 21h no hospital, mas demorou cerca de meia hora para ser atendida por três enfermeiras. "Uma delas olhou para mim e disse que o bebê estava morto, porque eu estava perdendo líquido. Fiquei desesperada, comecei logo a chorar", relata a jovem.

Em seguida, segundo a gestante, uma médica obstetra finalmente apareceu para realizar um exame de toque. Após o procedimento, Ilana diz que foi encaminhada para uma sala onde receberia uma injeção supostamente abortiva. "A médica me examinou, mas não disse para que servia aquela injeção. Mas, pela reação dela, eu percebi que era para aborto. Ela só falou que eu tinha de tomar", informa.

Somente uma enfermeira acompanhou a jovem até a sala e a deixou sozinha enquanto buscava o medicamento. Ilana afirma que algo lhe dizia que a criança não estava morta e, por isso, aproveitou a ausência da profissional para fugir do lugar.

"Achei tudo muito estranho, esquisito demais. Mesmo sentindo dores, não quis saber. Saí de lá correndo e pedi para meu marido me levar para outro hospital. Ele e minha mãe estavam do lado de fora, porque não deixaram eles entrar comigo, mesmo sabendo que eu precisava de alguém do meu lado", destaca.

Ao deixar o Hospital e Maternidade Santa Terezinha, por volta das 23h, eles foram ao Hospital Geral de Fortaleza (HGF). Ilana conta que foi atendida por uma médica obstetra, que realizou uma ultrassonografia para verificar se o bebê estava bem.

"Ela demorou para encontrar o coração da criança, mas, depois de alguns minutos, disse que o bebê estava vivo. Graças a Deus o coração dele estava batendo", fala, emocionada, informando que a médica também receitou um remédio para cólica e recomendou repouso.

O esposo de Ilana, o policial militar Gleison Nunes Uchoa, 27, reclama da situação. "Não sei se vale a pena procurar a Justiça, porque a criança está bem. Mas é importante dizer que outras mulheres podem ter passado pela mesma situação naquele hospital. Quem sabe alguma já não perdeu o filho por engano? Falta preparo das equipes médicas. Nós não fomos acolhidos".

Esclarecimento

Por meio de nota, a Assessoria de Imprensa da Secretaria de Saúde do Município de Caucaia informou que, por solicitação da titular da pasta, Marilac Rocha, um auditor já encontra-se no Hospital e Maternidade Santa Terezinha para apurar "detalhadamente a denúncia".

Caso o fato relatado por Ilana seja verídico, diz o documento, a secretária adotará todas as providências necessárias no sentido de punir o profissional ou a equipe que atendeu a paciente.

Diante da situação, as partes envolvidas poderão passar por uma acareação, se necessário, conforme a Secretaria.

Mais informações:

Prefeitura Municipal de Caucaia
Região Metropolitana de Fortaleza Telefone: (85) 3342.8040
Fax: (85) 3342.8145

RAONE SARAIVA
ESPECIAL PARA O REGIONAL