Criação de aves se expande no Interior e vira alternativa para agricultores

A partir de um novo manejo e apoio técnico, produtores de galinha caipira passaram a investir na aquisição de mais matrizes e pintos para a produção de carne e de ovos. A ave já é presença certa na merenda escolar no sertão

Escrito por Honório Barbosa , regiao@verdesmares.com.br

A galinha caipira ou capoeira é uma ave muito apreciada no Nordeste e se tornou uma alternativa rentável para agricultores familiares no Interior cearense. A criação é bastante comum na zona rural e vem se expandindo. Com apoio técnico e manejo mais adequado, a produção de carne e de ovos tem melhorando muito nos últimos anos.

A ave já tem presença assegurada no cardápio da merenda escolar em muitos municípios. A compra é feita diretamente de criadores locais. No município de Jucás, por exemplo, famílias de agricultores resolveram melhorar a criação de galinha, investindo na aquisição de mais matrizes e pintos para a produção de carne e de ovos.

Luiz Carlos de Souza é um criador da ave caipira que tem uma experiência exitosa, no sítio Cipó, no distrito de São Pedro, distante 10 km da sede de Jucás. O criador resolveu, depois de seis anos, retomar a criação de galinhas caipiras. Diferente da primeira vez, agora investiu na melhoria do criatório e na aquisição de mais aves.

Souza passou a investir na criação de matrizes para obtenção de ovos. Os frangos são vendidos para o corte. "Não faltam consumidores", comemora. As aves da espécie carijó têm linhagem melhorada, possuem excelente qualidade para a produção de carne, mas o foco do criador é a postura de ovos.

As aves desenvolvem-se e pesam em média cerca de dois quilos, em três meses. "A partir do quinto mês começa a produção de ovos", explica o criador. "Pelos cuidados que a gente tem, com água, milho e ração, a nossa expectativa é que haja uma alta produtividade. Espero recolher mais de 350 ovos por dia", completa.

O alcance de uma boa produtividade depende do manejo. Além da ampliação da estrutura do galpão, na qual investiu cerca de R$ 4 mil, as aves passaram a ser criadas no sistema semi-intensivo: durante o dia, ficam soltas no terreiro da casa, que foi cercado e telado, e à noite são confinadas. "Assim os animais ficam menos estressados", disse a agricultora Antônia Xavier, mãe de Carlos Souza, que ajuda na lida com as aves.

"Nasci e me criei na roça e naquele tempo a gente criava os bichos soltos nas capoeiras", relembra Antônia Xavier. "Agora é diferente, com sistema mais moderno para maior produção de carne e de ovos". O veterinário, Marcos Gomes, observa que o investimento em criação de galinhas caipiras é rentável e tende a se expandir na região.

Excedente

A criação é voltada para o consumo da família e comercialização do excedente nas unidades produtoras. O que tem motivado o agricultor é o preço no mercado local. A dúzia de ovos caipira varia entre R$ 8,00 a R$ 10,00. Já o quilo da carne vendida para a merenda escolar chega a R$ 6,00.

Segundo a Secretaria de Desenvolvimento Agrário de Jucás, são comprados, através do programa de aquisição de alimentos, cerca de cinco mil quilos de frango e três mil ovos, por mês. Os produtos têm origem na agricultura de base familiar. A aquisição é feita de 16 criadores de aves.

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