Caatinga tem semana de comemoração

Escrito por Redação ,
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Sensibilizar para preservar é a meta da programação que marca a Semana Nacional da Caatinga no Estado

Juazeiro do Norte. Municípios do Estado se mobilizam para comemorar o Dia Nacional da Caatinga, que acontece no próximo 28. Enquanto se discute meios sustentáveis de sobrevivência no semiárido e novas propostas no Cariri, em Crateús uma programação é desenvolvida com várias atrações.

As áreas de reservas do bioma da Caatinga também são foco de debate, principalmente no que diz respeito à preservação desses locais, a exemplo da Reserva Serra das Almas, com mais de 6 mil hectares.

Um dos destaques da semana, em Crateús, é o lançamento do Projeto no Clima da Caatinga, da Associação Caatinga, e palestra com o gerente da Reserva Serra das Almas, Ewerton Torres, da Associação Caatinga. Em Fortaleza, acontece a Semana Nacional da Caatinga, que contou com a presença, em sua abertura, da ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira.

A ministra destacou a importância da união entre todos para a preservação e manutenção do bioma, e a participação não só dos poderes públicos, mas da própria sociedade, para ações de desenvolvimento sustentável dessas áreas.

Sensibilização

As ações em Crateús serão desenvolvidas durante esta semana. A meta é sensibilizar a população local para a conservação do bioma Caatinga. A programação foi iniciada com meia maratona na cidade e plantio de 100 mudas de árvores, além de shows e palestras voltadas para o meio ambiente e conservação da natureza.

A Reserva das Serra das Almas é área protegida da Caatinga, que resguardam três nascentes e espécies ameaçadas de extinção. O local é reconhecido, pela Unesco, como Posto Avançado da Reserva da Biosfera por abrigar uma representativa parte do bioma no sertão de Crateús. A Caatinga é a região semiárida mais rica em biodiversidade do mundo e também uma das mais populosas.

Semiárido

No Cariri, instituições da região participam das discussões em torno de uma política voltada para o semiárido cearense. O trabalho está sendo desenvolvido por meio de fóruns institucionais, onde acontecem as discussões e proposições para a elaboração das políticas públicas a serem desenvolvidas em todo o Estado. Já estiveram reunidos no Cariri integrantes de secretarias do Meio Ambiente, Organizações não Governamentais, com trabalhos voltados para o semiárido, Cáritas Diocesana, além da Associação Cristã de Base (ACB).

Professores da Universidade Regional do Cariri (Urca) debatem esta semana os temas a serem abordados nas propostas que serão encaminhadas para o Conselho de Altos Estudos e Assuntos Estratégicos, Governo do Estado e Assembleia Legislativa do Estado, durante o Fórum do Pacto pela Convivência com o Semiárido Cearense.

As temáticas levantadas envolvem as áreas econômica, ambiental, cultural, social, científica, tecnológica e inovadora. O trabalho está sendo coordenado pela Pró-Reitoria de Extensão da instituição. Segundo a pró-reitora, Arlene Pessoa, é de grande importância a participação da universidade, que tem uma abrangência regional neste processo. Ela destaca a contribuição a ser dada por especialistas e pesquisadores.

As discussões para sistematização das propostas, reunindo os diversos departamentos da instituição, vão acontecer somente na sexta-feira. Segundo a professora Renata Marinho Paz, são assuntos que merecem uma reflexão maior, para que as propostas sejam elaboradas e, em seguida, sistematizadas.

Segundo a professora Maria Isa Pinheiro Gonçalves, é importante que a educação seja bem focada nestas políticas. Para ela, essa tem sido a base para que as políticas implantadas obtenham o êxito necessário, e as políticas sociais sejam desenvolvidas. Em relação a isso, destaca o alto índice de analfabetismo, principalmente adulto, ainda existente nas áreas do semiárido. "É importante o investimento em recursos humanos, para que as outras de inserção possam surtir efeito, com políticas sérias de combate ao analfabetismo", afirma. Como exemplo, a docente cita a cidade de Salitre, onde há um índice alto de analfabetismo entre adultos.

Arlene Pessoa destacou que esse é o momento de mobilizar os pesquisadores para o lançamento das propostas e a elaboração do documento. Ela lembra das discussões iniciadas por meio do Pacto das Águas, em que foram traçadas várias diretrizes. Mais de 90 instituições participaram das discussões e estão envolvidas nesse processo de discussão para elaboração das proposições.

A pró-reitora destacou a participação das bases dentro desse processo. "É uma maneira de levar ao Governo situações dentro da realidade dos povos do semiárido, com enfoque das principais necessidades para a melhoria e mudança do quadro atual", explica.

O momento, diz ela, é de ouvir a voz dessas comunidades para que as políticas também estejam mais próximas.

Dentro destas proposições, conforme a professora, é preciso inclusão das novas tecnologias para que todas as pessoas possam ter acesso à informação, antes passando pelo processo educacional. "É preciso saber para ter acesso", resume. As discussões tem também a finalidade de orientar as políticas setoriais já existentes, para inclusão do semiárido, nos planos para uma convivência sustentável.


DESENVOLVIMENTO

"É uma maneira de levar ao Governo situações dentro da realidade dos povos do semiárido"

Arlene Pessoa
Pro-reitora de extensão da Universidade Regional do Cariri (Urca)


MAIS INFORMAÇÕES

Conselho de Altos Estudos e Assuntos Estratégicos, (85) 3277.3743
Associação Caatinga, (85) 3241.0759
www.acaatinga.org.br



Elizângela Santos
Repórter