Troca de farpas entre Bolsonaro e Haddad revive clima eleitoral

Jair Bolsonaro (PSL) e Fernando Haddad (PT) travaram, ontem, o primeiro embate direto após a posse do presidente

Escrito por Redação ,
Legenda: Um texto publicado por um jornalista alemão foi o estopim do duelo que remeteu ao clima eleitoral
Foto: AFP

Ainda em clima de campanha eleitoral, o presidente Jair Bolsonaro publicou em seu Twitter textos atacando Fernando Haddad, adversário derrotado por ele no segundo turno, e o PT. Bolsonaro chamou Haddad de "fantoche do presidiário corrupto", em referência ao ex-presidente Lula, e disse que o PT quebrou o Brasil.

As postagens foram feitas para rebater um texto que Haddad publicou em suas redes sociais de um jornalista alemão afirmando que "está na moda um anti-intelectualismo no Brasil". Indagado pela reportagem sobre os ataques, o petista disse que não segue Bolsonaro na rede social e que o presidente o confundiu com o jornalista.

"Haddad, o fantoche do presidiário corrupto, escreve que está na moda um anti-intelectualismo no Brasil. A verdade é que o marmita, como todo petista, fica inventando motivos para a derrota vergonhosa que sofreram nas eleições, mesmo com campanha mais de 30 milhões mais cara", publicou Bolsonaro.

"Eles procuram e criam todos os motivos possíveis para estarem sendo rejeitados pela maioria da população, só não citam o verdadeiro: o PT quebrou o Brasil de tanto roubar, deixou a violência tomar proporções de guerra, é uma verdadeira quadrilha e ninguém aguenta mais isso!", complementou o presidente.

O texto que gerou a reação de Haddad foi publicado na versão em português do site da agência alemã de notícias Deutsche Welle. O jornalista alemão Philipp Lichterbeck, que mora no Brasil desde 2012, diz que está na moda um anti-intelectualismo que lembra a Inquisição.

"Os inquisidores não querem mais Immanuel Kant, querem Silas Malafaia. Não querem mais Paulo Freire, querem Alexandre Frota. Não querem mais Jean-Jacques Rousseau, querem Olavo de Carvalho. Não querem Chico Mendes, querem a 'musa do veneno' (imagino que seja para ingerir ainda mais agrotóxicos)", diz o alemão.

Ironia

Perguntado pela reportagem sobre a publicação, Haddad respondeu que não seguia o presidente na rede social. Informado do teor do comentário, disse que Bolsonaro o confundiu com o jornalista. Minutos depois, no Twitter, Haddad publicou um texto em resposta a Bolsonaro.

"Na verdade, quem disse isso foi um jornalista da Deutsche Welle, mas se você já se sentir seguro para um debate frente a frente, estou disponível. Forte abraço", escreveu o petista. Minutos depois, Haddad fez uma nova postagem respondendo a uma das publicações de Bolsonaro.

"Parece que o Jair quer debater comigo pelas redes sociais. Já é um bom começo. Hora dessas ele toma coragem! Reparem a educação do moço: coisa de estadista!"

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