Três senadores estiveram no 18° Batalhão após encontro com Camilo Santana

Escrito por Wagner Mendes , wagner.mendes@svm.com.br

Uma comitiva de senadores da República, que incluiu Eduardo Girão (Podemos-CE), Elmano Férrer (Podemos-PI) e Major Olímpio (PSL-SP), se dirigiu, ontem à noite, para o 18° Batalhão da Polícia Militar, no bairro Antônio Bezerra, local onde dezenas de policiais militares encapuzados se organizavam em motim. 

Ao fim do encontro, o ex-deputado federal Cabo Sabino deu repasses da reunião ao grupo. Segundo ele, foi levado à mesa de conversas (a qual o deputado federal Capitão Wagner, do Pros, esteve presente), que a partir das 7 horas de hoje o comando da Segurança do Estado será transferido a um “interventor”, com o início da vigência da Garantia da Lei e da Ordem (GLO).

Ainda segundo ele, a promessa do Governo era não investigar os policiais envolvidos no motim que ainda não haviam sido identificados. 

“Quem está respondendo vai continuar respondendo. Não tem anistia, não tem nada disso. Os que não foram identificados até as 7 horas não vão atrás de identificar. Fora isso, não tem mais nada”, disse o ex-parlamentar.

Resistente, a tropa, presente no quartel, soltou gritos de guerra com os dizeres “não vai ter Carnaval”. O clima ficou tenso logo após o repasse dos informes ao fim da reunião com os parlamentares que não deram entrevista à imprensa. 

Os senadores se deslocaram para o Batalhão da Polícia logo depois de deixar o Palácio da Abolição, onde tiveram reunião com o governador Camilo Santana (PT). O encontro, que também contou com os senadores cearenses Tasso Jereissati (PSDB) e Prisco Bezerra (PDT), suplente de Cid Gomes no exercício do mandato, tinha o objetivo de demonstrar apoio e contribuir para uma saída da crise da Segurança.

Legenda: Resistente, a tropa, presente no quartel, soltou gritos de guerra com os dizeres “não vai ter Carnaval”. O clima ficou tenso logo após o repasse dos informes ao fim da reunião com os parlamentares que não deram entrevista à imprensa
Foto: Foto: Kid Junior

Os senadores deixaram a sede do Governo sem falar com a imprensa. Representantes do Executivo também não deram entrevista, mas, conforme apuração do Diário do Nordeste, o encontro com o governador serviu para explanar os bastidores da negociação entre o Estado e os militares nas últimas semanas, assim como para detalhar a proposta de reajuste para policiais e bombeiros militares em tramitação na Assembleia Legislativa. 

Segundo presentes, Camilo afirmou também que não volta a negociar com a categoria até que a situação esteja normalizada.

A expectativa da chegada do Exército, após a instituição da Garantia da Lei e da Ordem (GLO), motiva preocupação aos senadores que participaram do encontro no Palácio da Abolição. Nos últimos dias, a bancada cearense no Senado buscou o presidente do Congresso Nacional, senador Davi Alcolumbre (DEM-AP), para que ele intermediasse junto ao Palácio do Planalto medidas de contenção da crise no Ceará. Na última quarta-feira (19), o ministro Sergio Moro (Justiça e Segurança Pública) autorizou o envio da Força Nacional ao Estado. 

Já ontem, o Governo Federal deu aval para a atuação das Forças Armadas no Ceará. 

A reunião de ontem à noite, no entanto, não teve objetivos deliberativos, e sim de organização de uma possível articulação para debelar a crise.

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