Proposta deve ser discutida nesta semana na CCJ da Câmara

Em meio aos problemas na articulação política e de críticas do líder do PSL, o partido de Bolsonaro, governo tenta montar uma estratégia para organizar sua base de apoio. A reforma requer mais do que a articulação governista tem conseguido oferecer até o momento.

Escrito por Redação ,
Legenda: Paulo Guedes tem sido chamado, com frequência, para resolver crises geradas por declarações e falta de articulação política
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A Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJ) da Câmara dos Deputados deve priorizar a discussão da reforma da Previdência (PEC 6/19). A proposta é o primeiro item da pauta, e a previsão é iniciar a discussão da matéria nesta segunda-feira (15).

O que pode atrapalhar a discussão da matéria é uma possível votação da PEC do Orçamento impositivo, que poderia ser apresentada em pedido para inversão da pauta, mas a reforma continuaria sendo prioriária, diz o presidente do Colegiado, Felipe Francischini (PSL/PR).

Ele tem reconheceu o esforço do governo para articular a base aliada e diz que falta pouco para um relatório dos cotos na Comissão. "Até a próxima terça (16), deve ter mapeamento das intenções de votos. Na etapa da CCJ, acredito que já há condições para superar obstáculos", declarou.

Ele evitou estipular um cronograma de votação devido à "instabilidade política", mas trabalha para votar a proposta na semana que vem.

Críticas

A respeito das instabilidades, o líder do PSL na Câmara, deputado Delegado Waldir teceu duras críticas ao governo em entrevista ao Jornal O Estado de S. Paulo, o que tumultua ainda mais o ambiente na Câmara. Segundo ele, o governo não tem mais do que "100 votos" na Reforma e que, caso ela seja aprovada, o mérito é de Rodrigo Maia, que virou um "primeiro ministro".

Outro personagem que precisa entrar em cena com frequência para tentar aprovar a reforma é Paulo Guedes, o ministro da Economia. Em agenda nos Estados Unidos no fim da semana passada, ele precisou entrar em campo para tentar corrigir falhas da articulação política.

Entre as reuniões, recebia mensagens sobre a atuação de aliados do presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), que também estava em viagem oficial aos EUA. Os deputados fizeram andar no Congresso um texto alternativo ao do governo sobre reforma tributária depois que um auxiliar de Guedes falou sobre as propostas do Planalto em relação ao tema.

Senso político

Sobre a confusão com o presidente da Câmara, no entanto, disse a jornalistas que Maia deve ter um "senso político superior" ao dele ao fazer seus cálculos, mas teme que o andamento de várias propostas atrapalhe a aprovação da reforma da Previdência.

Nesta semana, a articulação do governo precisa dar uma virada na página para tentar avançar com a Reforma.

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