Procuradores da Lava Jato criticam liminar de ministro

Para Deltan Dallagnol, decisão de Marco Aurélio é "equivocada"

Escrito por Redação ,

O procurador da República Deltan Dallagnol, coordenador da força-tarefa da Operação Lava Jato em Curitiba, afirmou, nesta sexta, que a decisão do ministro Marco Aurélio Mello, do Supremo Tribunal Federal (STF) foi "absolutamente equivocada" e que "consagraria a impunidade".

Falando antes de a liminar ser cassada pelo ministro Dias Toffoli, Dallagnol disse que o efeito iria além do caso do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Nas contas dos procuradores, hoje, há 35 réus da Lava Jato presos após julgamento em segunda instância. Eles não souberam informar, porém, quantos deles estão presos preventivamente. Dallagnol se disse "irresignado diante da decisão". "Ela é absolutamente equivocada por contrariar posição do próprio Supremo Tribunal Federal", disse o procurador. "Essa decisão contraria o sentimento da sociedade, que exige o fim da impunidade. Ela consagra a impunidade".

O procurador criticou ainda o fato de a decisão ter sido tomada às vésperas do recesso. O anúncio da liminar foi feito às 14h (horário de Brasília), uma hora antes do início do recesso - que se prolongará até o início de fevereiro.

O procurador Roberson Pozzobon, outro integrante da força-tarefa, afirmou que, em um "recente levantamento do sistema carcerário, foi averiguado que 240 mil presos no Brasil, um universo carcerário muito grande, são presos provisórios".

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