Prisco Bezerra será o primeiro suplente do Ceará no Senado a assumir em 10 anos

A última mudança temporária em um mandato ocorreu em 2009, quando Patrícia Saboya pediu licença. O suplente de Cid Gomes é ex-secretário de Governo da Prefeitura de Fortaleza e irmão do prefeito Roberto Cláudio (PDT)

Escrito por Redação , politica@verdesmares.com.br
Legenda: O pedido de afastamento de Cid Gomes, já pronto, até ontem não foi protocolado 
Foto: Foto: Agência Senado

Já faz dez anos desde que um senador cearense se licenciou do mandato e abriu espaço para o primeiro suplente no Ceará, mas uma troca temporária de ocupantes de uma cadeira reservada ao Estado no Senado está prestes a acontecer de novo.

Primeiro suplente de Cid Gomes (PDT) na Casa, Prisco Bezerra (PDT), que deve assumir mandato a partir do próximo dia 11 de dezembro, é empresário do setor de Educação, com atuação em Ensino Superior, e integrante do grupo governista que atualmente administra o Ceará. 

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Mesmo após o anúncio da licença não remunerada de Cid Gomes, Prisco evitou dar entrevistas, uma vez que o pedido de afastamento do titular ainda não havia sido protocolado. Em nota, o suplente, que nunca ocupou cargo eletivo, disse estar “honrado” em assumir o cargo e representar o Ceará no Congresso. 

“É uma grande responsabilidade, mas estou muito animado para a missão e orgulhoso de fazer parte do grupo político que vem transformado o Ceará e Fortaleza ao longo dos últimos anos, melhorando a vida dos que mais precisam. Grato ao povo cearense pela confiança, sigo com o compromisso de representar com atenção e zelo o mandato do senador Cid Gomes até seu breve retorno”, afirmou.

Irmão do prefeito Roberto Cláudio (PDT), Prisco Bezerra ocupou a Secretaria de Governo da Prefeitura na primeira gestão do irmão. Com patrimônio de R$ 64 milhões declarado à Justiça Eleitoral, ele foi o coordenador financeiro da campanha de Cid Gomes ao cargo em 2018 e, também, um dos doadores.

Histórico

A última vez que um suplente cearense assumiu cadeira no Senado foi em 2009, quando a então senadora Patrícia Saboya ficou afastada por quatro meses. A vaga foi ocupada pelo presidente de honra do PDT, Flávio Torres. 

Desde a década de 1990, apenas três pessoas assumiram o mandato no lugar dos titulares. Além de Flávio Torres, Reginaldo Duarte (PSDB), que foi suplente dos senadores Luiz Girão (PSDB) e Beni Veras (PSDB), tendo assumido em ambas as legislaturas; e Luiz Girão (PSDB), suplente de Lúcio Alcântara (PSDB). 

Nos anos de 1989 e 1990, Alacoque Bezerra também passou uma temporada em exercício. Já o substituto do senador Cid Carvalho, Esmerino Arruda, renunciou à condição de suplente ao se eleger prefeito de Granja em 1988. Na década de 1980, também assumiram os suplentes Almir Pinto (de César Cals) e Dias Macedo (de Virgílio Távora). 

A definição de um suplente

O advogado eleitoral e ex-procurador do Estado, Djalma Pinto, destaca que a Constituição de 1988 foi responsável por determinar que um senador seja eleito já com seus dois suplentes definidos, diferentemente das demais casas legislativas – como Câmara dos Deputados, Assembleias e Câmaras de Vereadores. Nesses locais, o suplente de cada parlamentar é o candidato que obteve mais votos dentro daquela coligação ou do partido, mas não o suficiente para ser eleito. 

Já os suplentes de cada senador são escolhidos antes da eleição, como explica Djalma. Ele destaca, inclusive, que muita gente vota no candidato ao Senado sem conferir quem são seus suplentes. 

“Apesar dos nomes dos suplentes aparecerem com o do candidato ao Senado na urna, muita gente vota sem saber quem são os suplentes”, explica.

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