Podemos expulsa deputado; PSL desfilia autor de ataque à produtora

Deputado federal Marco Feliciano, que sai do Podemos acusado de "incompatibilidade partidária", pode ir para o Aliança pelo Brasil. Já empresário Eduardo Fauzi, ligado ao atentado à Porta dos Fundos, é expulso pelo PSL

Escrito por Redação , politica@svm.com.br
Legenda: Tribunal Superior Eleitoral (TSE) recebeu registro de desfiliação de Eduardo Fauzi
Foto: Foto: Agência Senado

Dois partidos expulsaram, nesta segunda-feira (6), filiados por motivos diferentes. O Podemos destituiu o deputado federal Marco Feliciano (SP), enquanto o PSL desfiliou o empresário Eduardo Fauzi (RJ), acusado de ter participado do ataque à sede da produtora Porta dos Fundos.

A punição do Podemos contra Feliciano foi justificada pela "incompatibilidade política", já que Feliciano se manifestou por "apoio irrestrito" ao presidente Jair Bolsonaro. O Podemos se diz independente do Governo Federal.

Já Fauzi era filiado ao PSL desde outubro de 2011. A informação da desfiliação de Fauzi consta no registro do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Ele estava filiado no diretório do PSL no Rio de Janeiro.

Com base em imagens de câmeras de segurança no entorno da produtora que fica no Humaitá, na Zona Sul do Rio, a Polícia Civil identificou Fauzi como um dos homens que jogou coquetéis molotov contra a sede da produtora. Nas imagens obtidas pelos investigadores, ele aparece tirando uma fita que escondia a placa do automóvel.

Um dia antes da expedição do mandado de prisão contra ele, no dia 30 de dezembro, Fauzi embarcou para Moscou na Rússia. O economista tem família na capital russa: a mulher dele, de origem russo-israelense, e o filho, de três anos, vivem na cidade. Ele é considerado foragido.

O Ministério da Justiça informou que a Pasta e o Itamaraty estão inclinados a assinar o pedido de extradição de Fauzi. No entanto, o Ministério disse que a solicitação de deportação só será feita à autoridades russas no momento que o Tribunal de Justiça do Rio fizer a petição de extradição.

Fauzi assumiu a autoria do ataque e declarou que soube com antecedência sobre a expedição de um mandado de prisão contra ele, cumprido em operação policial. Questionado sobre os objetivos do ataque, Fauzi disse que agiu apenas por motivação política. Na entrevista e em um vídeo divulgado durante a semana, ele demonstrou insatisfação com o especial de Natal do Porta dos Fundos ("A primeira tentação de Cristo"), na qual Jesus Cristo foi retratado como homossexual.

Aliança

Já a Executiva Nacional do Podemos decidiu ratificar decisão do diretório estadual de São Paulo, do mês passado, e expulsar Feliciano do partido. A reunião que confirmou o destino do parlamentar ocorreu na capital paulista.

Segundo o colunista do jornal carioca "O Globo", Lauro Jardim, o deputado torce pelo sucesso do projeto Aliança pelo Brasil para ingressar no futuro partido de Bolsonaro.

Com a expulsão, Feliciano não perde o mandato e pode migrar de sigla.

Dirigentes do Podemos entenderam que Feliciano já se ofereceu publicamente para ser vice do atual presidente para uma chapa em 2022. O pastor já declarou que Bolsonaro "terá um vice evangélico".

As falas incomodaram Álvaro Dias (Podemos-PR), principal nome da legenda para a disputa ao Planalto, e também o presidente do diretório de São Paulo, Mario Covas Neto.

Desde que Bolsonaro assumiu a Presidência, Feliciano se aproximou de Bolsonaro para fazer a interlocução do Planalto com a bancada evangélica na Câmara.

Apesar de discursar com frequência a favor do Governo, tem restrições a alguns ministros, especialmente o da Secretaria de Governo, Luiz Eduardo Ramos.

Vice-Líder do Governo no Congresso, Feliciano divulgou nota afirmando que foi expulso por infidelidade partidária, por fazer campanha para Bolsonaro em 2018.

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