Planalto tenta virar página um dia após ida de Moro ao Senado

Na noite desta quinta-feira (20), novos diálogos envolvendo o ex-juiz e a Lava Jato foram divulgados

Escrito por Redação ,
Legenda: Durante audiência no Senado, Sergio Moro refutou as acusações de conluio com procuradores da República
Foto: Foto: Agência Senado

Enquanto o mundo político ainda vive sob o suspense de novas revelações sobre o teor das mensagens vazadas envolvendo o ministro Sergio Moro (Justiça) e integrantes do Ministério Público Federal, o Palácio do Planalto considera o assunto superado na tentativa de blindar o ex-juiz da Lava Jato, alvo de desgaste desde o último dia 16, quando o site "The Intercept Brasil" começou a divulgar trechos das conversas no aplicativo Telegram.

Nesta quinta-feira (20), o presidente Jair Bolsonaro (PSL) deu nota dez a Moro pelo seu desempenho no depoimento, no dia anterior, no Senado, para explicar a troca de mensagens vazadas dele com o procurador Deltan Dallagnol, chefe da Lava Jato. "Subiu no meu conceito. Apesar que ele não poderia crescer mais do que já cresceu", disse em Miracatu (SP).

Na audiência diante dos senadores, Moro admitiu a possibilidade de deixar o posto no Governo caso sejam apontadas irregularidades em sua conduta. Ontem, Bolsonaro voltou a exaltar o papel do ex-juiz no combate à corrupção. "O Sergio Moro é um patrimônio nacional. Que vocês estão querendo? Vocês querem voltar ao que era antes? A imprensa aqui é Lula livre, é isso? É Lula livre, é o bandido livre? Condenado por três instâncias. Pelo amor de Deus, vamos ser coerentes", disse o presidente a jornalistas

Novo diálogo

Na noite de quinta, nova troca de mensagens obtida pelo "The Intercept Brasil" foi divulgada no programa "O É da Coisa", do jornalista Reinaldo Azevedo, na rádio BandNews. O diálogo mostra que a força-tarefa da Lava Jato discutiu alteração da escala de procuradores em audiências da operação após crítica de Moro à procuradora Laura Tessler.

Nos novos trechos, Dallagnol repassa ao então procurador Carlos Fernando dos Santos Lima mensagem de Moro orientando que a força-tarefa aconselhasse a procuradora a melhorar seu desempenho em interrogatórios. A conversa ocorreu dois meses antes do primeiro depoimento do ex-presidente Lula como réu em Curitiba, audiência da qual Laura Tessler, criticada por Moro, não participou.

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