PF investiga vazamento de reuniões do Copom para o BTG

A investigação parte da delação do ex-ministro Antonio Palocci

Escrito por Redação , politica@verdesmares.com.br
Legenda: O BC vai fiscalizar a aplicação dos recursos e o cumprimento do programa,
Foto: Foto: Raphael Ribeiro

A Polícia Federal e o Ministério Público Federal investigam se a cúpula do banco BTG Pactual obteve informações das reuniões do Comitê de Política Monetária do Banco Central, nos anos de 2010 a 2012.

Uma operação deflagrada, ontem, investiga se houve vazamentos dos resultados das reuniões, que definem a taxa de juro básica do País (Selic), envolvendo agentes públicos do alto escalão do Governo Federal da época e o banco "em contexto de obtenção de vantagens ilícitas mútuas", segundo a Procuradoria.

A investigação foi instaurada a partir de colaboração premiada do ex-ministro Antonio Palocci e apura se houve fornecimento de informações sigilosas sobre mudanças na taxa de juros por parte da cúpula do Ministério da Fazenda e do Banco Central, em favor de um fundo de investimento do BTG Pactual.

Segundo Palocci delatou, o então ministro da Fazenda Guido Mantega passava as informações para André Esteves, do banco. Em contrapartida, o banqueiro pagava propina para o ministro e ao PT.

Durante o período dos vazamentos, Palocci não tinha atuação direta sobre o Copom ou Banco Central. Em 2010, ele era deputado federal, no ano seguinte ministro da Casa Civil e em 2012 consultor, mas ele afirmou aos delegados da Polícia Federal que tinha conhecimento sobre os casos por se manter muito próximo a Lula e à cúpula do PT.

O outro lado

O BTG afirma que o fundo possuía um único cotista pessoa física, que nunca foi funcionário do banco ou teve qualquer vínculo profissional com o BTG ou qualquer de seus sócios.

"O Banco BTG Pactual exerceu apenas o papel de administrador do referido fundo, não tendo qualquer poder de gestão ou participação no mesmo". O Banco Central afirmou "que não foi comunicado sobre o conteúdo da Operação Estrela Cadente, que corre sob segredo de Justiça". O ex-ministro Guido Mantega não se manifestou.

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